Sunday, October 07, 2007

Uma noite, uma disco.

O gajo que não fica, vai. O gajo que não vai, fica. O gajo que não bebe, fuma. O gajo que não fuma, bebe. O gajo que fuma e bebe. O gajo que não fuma nem bebe. O gajo encostado ao bar. A gaja do bar.. O suga encostado ao bar! O gajo que não para de dançar. O gajo que não para de estar quieto. O gajo que levanta os braços e quer mais do DJ. O gajo que abana a cabeça e não aguenta mais do DJ. O gajo que abana a cabeça e levanta os braços porque quer mais do DJ mas não aguenta. O gajo que morde a boca porque a música dói. O gajo que dá socos no ar que eventualmente também doem. O gajo que aponta para o tecto. O gajo que aponta para o chão. O gajo que aponta para nós! O gajo que mexe o caldeirão. O gajo no sofá que não se mexe. O gajo que só fala. O gajo e a gaja que nem falam. O gajo que engata. O gajo que, por muito que tente, não engata. O gajo que não tenta, mas também não engata. O gajo que repara nisto tudo.

Monday, June 18, 2007

When all the little ants are marching

- Viu a velocidade a que vinha?! - berrou-lhe sem saber se estava furiosa ou apenas espantada. - Partiu-me a antena toda! E teve sorte de me ter batido só de lado!
- Estas ruas são apertadas e só passa um de nós! Tenho tanta culpa como a senhora! - Disse distraído, já ajeitando-lhe a antena e diagnosticando-lhe a gravidade da ferida. - Mas se tivesse dado pela sua beleza garanto-lhe que não teria vindo tão depressa! É que sabe, tenho estas migalhas todas por entregar - não quererá a senhora uma? - e ainda...
Sacudiu-o:
- Mas o senhor 'tá parvo ou quê? Vem assim contra mim e agora atira-se também no engate?! - era furiosa que estava!
Entretanto a multidão avolumou-se em torno deles e foi-se acumulando numa espiral que roda dos dois lados e que escoa devagarinho: do lado dela abrandavam olhavam e sorriam trocismos, abanando a cabeça dizendo que sim ou que não e continuando o seu caminho pela direita vagarosos. Desconfiados do que perderiam se fossem mais depressa olhavam ainda para trás sobre os ombros negros até que esqueciam a cusquice desinteressada. O mesmo faziam os que vinham de lá, do lado dele, os que subiam e que se entupiam pela esquerda, e não viam nada senão os perdigotos furiosos dela que se escapavam pelos contornos do seu vulto.
- Mas porque não? Acho que coisas desagradáveis já nos aconteceram bastantes hoje!
- Que eu saiba só uma?
- Não lhe basta?
- Assine aqui! - cortou estendendo-lhe a declaração amigável.
- Mas se nem sequer me diz o seu nome e já quer fechar um contracto de amizade?!
- Sofia - Parada de braço estendido, não deixava que o vento lhe alisasse a face ainda irritada, embora se sentisse novamente indecisa.
Ele assinou com a sua pata negra e peluda - Jorge Marques - e acrescentou pontos e rabiscos onde a estética da rubrica mais lhe parecia pedir. Era comprido e robusto. Podia parecer uma besta mas afinal era delicado na sua brutalidade. Falava grave mas com ligeireza e era impossível não lhe olhar os olhos negros quando o fazia - era preciso entender melhor de que espírito vinha aquela sua voz que parecia tocar sempre a nota certa. Ela estava presa na curiosidade e respondia em berros desafinados como que rebelando-se contra a permeabilidade que sentia por dentro.
- E para onde ia? - perguntou-lhe no mesmo tom devolvendo-lhe a caneta e de novo ajeitando-lhe a antena.
Ela deixou, sempre fixa nos seus olhos ainda que estes se desviassem dos seus para a antena. Berrou num acorde indistinto:
- O que é que isso lhe interessa?
- Não me cheira que consiga andar de novo. E essa antena não me parece ter ficado muito bem tratada. Não lhe dói? A menos que prefira ficar onde está, à espera de quem quer que chame para que a leve daqui, eu sou o único meio de chegar aonde ia com a pressa com que se esbarrou comigo. Devo dizer que foi um choque bastante atrevido! Pergunto-me se não o fez de propósito!
- Ia para casa... - não tinha melhor resposta.
- Posso levá-la? Já somos amigos...
Estava a afogar-se na sedução.
- E as suas entregas?
- São migalhas ao seu lado... até pode comer umas pelo caminho.
- Sou pesada, vai ficar com formigueiro nas costas! - esticou a boca e ameaçou um sorriso tímido, mas parou a tempo.
Ele olhou-a de alto a baixo e completou o sorriso dela. Deu-lhe a mão e ajudou-a a subir. Ela fê-lo ligeira e docilmente passou a sua antena pela dele, roçando suavemente até ao choque macio das pontas arredondadas.
Entrelaçaram-nas a apertaram-se num aconchego mudo.
Estremeceu entregando-se ao conforto do seu torso quando ele lhe massajou a ferida que lhe fizera. Poisou a cabeça e a cara já apaziguada nas suas costas rijas e disse-lhe ao ouvido com a voz finalmente afinada de sensualidade:
- Leve-me então. Porque não começa a andar?

"ESBORRAAAACH"

O meu dedo espremeu-se no interstício de calcário amarelado entre dois azulejos do chão da minha casa de banho. Duas formigas e um resto de uma migalha fossilizaram-se no meu indicador. Não sei de que é que conversavam, mas decidiram tudo tão depressa que se tiver sido amoroso, foi amoroso como descrevi.

Wednesday, May 23, 2007

Paulo George

Já anteriormente postei aqui sobre parecenças, pelo que introduções sobre o assunto não vale a pena estar aqui a escrever. Depois do post que escrevi sobre David Silva, o bad-ass-clone do Peixe, não parei minha busca por mais e mais pessoas semelhantes, sem reparar que tinha clones entre as pessoas que via todos os dias. Engraçado foi reparar que mais uma vez está envolvido um jogador de futebol, facto que nos leva a concluir que os jogadores de futebol são pessoas muito iguais a outras pessoas.
Desta vez a pessoa que me chamou a atenção foi ‘George Michael’ (nome que lhe dei por não saber o seu e por achar, a principio, que era do cantor que eu lhe via semelhanças), (mais) um jovem estudante da FCT. (Importa relevar que o rapaz tem um brinco que é uma argola com uma cruz pendurada, tal e qual o cantor, pelo que não é assim tão descabido). Mas, foi só passadas várias semanas que eu reparei, num jogo do Braga, que quem era seu gémeo era Paulo Santos, o guardião dos arsenalistas.

Senão vejamos,



Este é Paulo Santos.

Tive a felicidade de apanhar George na mesma posição. Digam lá se isto não é uma coincidência do caraças..



Este é George.

Depois do que viram, meu único conselho só pode ser o de andarem sempre armados e quando encontrarem uma pessoa igual a vocês matem-na, não vá um amigo do sósia um dia chamar-vos no meio da rua e meter conversa sem perceber que vocês não são seu amigo, deixando-vos numa situação desconfortável, da qual a vossa imagem pode sair lesada, pois o sósia dirá então a seu amigo 'Olha, vi uma pessoa igualzinha a ti outro dia na rua e, achando que eras tu, meti conversa mas ela não me deu muita. Era uma pessoa um bocado banana. Era estúpida que sa farta.' Depois começam os boatos e já se sabe o que é que acontece. Enfim, acaba por ser uma situação chata que se pode evitar de uma maneira fácil e sem dar muita maçada.

Sunday, May 20, 2007

©√ß∫∂µß…“‘∂πæ∑πøœı∑u˙ˇÅˇ∏’˚‡¥™®

De quando em vez reflicto sobre coisas sobre as quais geralmente não se reflecte. Acontece-me, numa determinada altura, duvidar da existência concreta duma palavra e da sua fonética, e começar depois a soletrar a palavra, numa tentativa de acordar a parte do meu cérebro que está dormente, ou começo a olhar fixa e atentamente a cara de pessoas com quem estou todos os dias e reparo em pormenores que, olhados isoladamente do conjunto, alteram a imagem que tenho da cara dessas pessoas, ao ponto de não as reconhecer.
Desta vez o objecto da minha reflexão é uma expressão usada, não direi por toda a gente, mas por 90% da gente da minha idade. Comummente comparamos situações, objectos ou pessoas com o órgão reprodutor masculino, o pénis. Apenas o dizemos de uma maneira menos técnica. A minha opinião sobre isto é a de que, apesar de ser um dos utilizadores desta gramática, é errado porque o pénis não é alto, nem gordo, nem rico, nem ‘boa’, nem tem cavalos, nem é caro, nem é frio, nem é um bom prato, nem está doente. Outra imprecisão que cometemos é a de achar que o pénis é possuidor de alguns atributos, pessoas ou objectos, dos quais na realidade não é; seja, por exemplo de paneleiros, de calor, dum urso, dum motor dum carro ou duns cornos. Assim, dizer ‘Tá frio cmó caralho!’ ou ‘És um urso do caralho!’ , são duas afirmações, na minha opinião, injustas pois o pénis até é quentinho e as posses do pénis só a ele dizem respeito.

Saturday, May 19, 2007

Ah!

Há uma cara de rotina que não tem outra descrição mais precisa que não essa.
Era a cara com que saía de casa todos os dias para a faculdade.
Não era aborrecida, não era contente,
Não era divertida nem sequer eloquente,
Não era alegre nem sorridente,
Nem triste ou descrente.
Nem sequer estava cansada, tinha sono de descanso.
Era a cara que devia ter quem se olhasse ao espelho às 8 horas da manhã.
No carro, sentou-se e poisou os livros no banco do passageiro.
Embreagem, mudanças, ignição, travão de mão, volante, retrovisor, embreagem e acelerador, mudanças - acelera - retrovisor, cinto, telefonia - indiferença - seguiu o seu caminho do costume.

Cantarolava agora por reflexo e repetia o que a telefonia lhe dizia como faziam em 1984:
- "Se me quisessem hipnotizar era agora o momento" - pensava e continuava repetindo o estado do trânsito para si mesmo. - "É tão estúpido relatarem isto todas as manhãs!" - continuava. - "É na 2ª Circular que está trânsito hoje?! Não!, que surpresa! Pensei que era na Rua Ribeirinha dos Canaviais... porque é que não dizem só 'Está Trânsito!' e pronto?!"
E abstraia-se no aborrecimento da sua rotina:
- "Sou uma economia a 0% - estou homologamente sempre no mesmo lugar!"

De repente olhou em frente e viu 4 mulherões (tinham pelo menos duas vezes o seu tamanho) como nunca antes vira.
Esbugalhou os olhos molhados ainda da cama e chocalhou a cara como um Rottweiler, lançando fios de baba para as suas próprias bochechas e cabelo e também para o vidro da janela e para o manípulo das mudanças. E lá estavam as mesmas mulheres, nos mesmos corpos e biquinis, cada vez maiores e mais ondulantes, mais próximas e inconcebíveis. Elas olhavam-no de forma especial, ele sabia-o. Elas queriam-no! Era óbvio - não olhou em volta para se certificar, era fiel ao seu sentimento - elas chamavam-no caladas! Formavam-lhe um corredor de hipnotizante beleza que o levava à do meio. Era exasperante vê-la assim tão perfeitamente disposta. Sentiu a comichão no coro cabeludo transferir-se para o estômago e alojar-se no pâncreas.

- "Hipnotizaram-me mesmo!".

E foi este o seu último pensamento antes de mergulhar o seu carro absorto num muro que emoldurava um outlier da Galzedónia. E esta história conto-vos eu pois só eu a sei, porque atrás dele morreram todos os outros que vieram e à frente dele todos os outros que tinham vindo menos um: eu não tive a mesma sorte! É que morrer assim é como uma criança adormecer a pensar em gelados, só que neste caso o sonho vai durar uma vida eterna!

Saturday, May 05, 2007

Henry (le-se com sotaque ingles)

Henry é um amigo meu. De vós, dos que também o são, muitos podereis não o conhecer pois é austríaco, de Viena.
Henry é um rapaz bem-parecido, alto e de cabelo sempre aparadinho, extremamente inteligente e muito forte, esta última muito fruto das valentes horas que passa no ginásio a puxar ferro. Arrisco-me até a dizer que, no que toca ao ginásio Henry é um ‘zaca-zaca’. Henry tem apenas um defeito: é vaidoso como Narciso e portanto, as horas que passa no ginásio dividem-se numa proporção de 40-60, sendo as primeiras para o treino assim chamado e o resto do tempo para olhar seu esculpido corpo no espelho. Ora contrai os bíceps, ora peitorais, ora contrai ambos flectindo um pouco as costas para a frente e desenhando um arco com os braços, com as mãos apoiadas nas coxas. Isto fá-lo sempre apontado com os indicadores de ambas as mãos o musculo especifico que deseja expor naquele momento, não vá acontecer passar alguém que não esteja a par do ritual de Henry, que logo fica esclarecido.
Há não muito tempo Henry veio a Portugal visitar-me e mal chegou vi logo diferenças na sua maneira de ser, ainda antes de falarmos. Quando lhe perguntei aonde iria ficar instalado, Henry disse-me que conhecia um museu aqui perto aonde costumava ficar. Esta humildade deste rapaz sempre me surpreendeu; claro que lhe ofereci minha casa, que a custo lá aceitou.
Foi este facto que me permitiu notar e contar aquilo que vou contar. É que com Henry vivendo em minha casa pude observar seus hábitos mais de perto. Como disse a sua diferença de personalidade era notória. Henry andava sempre deprimido, cabisbaixo e pouco falador, e sempre com uma estranha bisnaga de leite condensado, que punha constantemente nos lábios. Perguntei-lhe se era de desgosto amoroso, mas garantiu-me que não só tinha ainda a namorada belga que sempre tivera, como tinha ainda uma outra rapariga que era apaixonada por ele, mas que segundo ele tinha um sentido de humor muito estranho. Perguntei-lhe então se seria dos estudos, sabendo já que a resposta seria negativa. ‘Não, é bem mais complicado que isso tudo..’ respondeu ele. Contou-me então que desde que lhe apareceram 4 borbulhas na cara, a imagem que via no espelho já não o deixava orgulhoso como outrora sempre o deixara e que portanto começara a tomar um remédio feito à base de proteína de cavalo, cujos efeitos secundários incluíam diarreia, indisposição geral e depressão com tendências suicidas.. Dizia-me ele que era tão grave a depressão que tinha quando tomava o remédio como a depressão que tinha quando se olhava no espelho e via aquelas malvadas borbulhas estragarem-lhe a imagem que se prostrava. Mas eu sabia que não.. Henry era o amigo que eu conhecia quando não tomava as malditas pílulas; seu humor voltava, sua boa disposição iluminava uma sala. Henry ria a bandeiras despregadas. Eu apenas sorria...

Sunday, April 22, 2007

Este escrevo-o porque me apetece

Foi numa manhã de verão dessas que queimam a alma presa debaixo da pele, que Gustavo Soares saiu à rua pela primeira vez na sua vida. Ia encontrar-se com Alice junto do bebedouro do parque infantil, que por engano jorra leite com chocolate em vez de água. Pelo caminho acomodou-se no quentinho quase líquido do reconfortante gás que se soltou na prisão das sua cuecas. Intensificou a curva feliz que sua boca encerrava e continuou construindo Alice.

Alice era especial para Gustavo. Ele sentia tanto carinho por ela como pelos pêlos que lhe saíam dos ouvidos. É que Alice não era muda! Aliás como a a maior parte das pessoas com quem Gustavo se dava, ou talvez este não seja um bom termo de comparação pois Gustava não se dava com ninguém. Mas o que nos importa é que Alice, como quase toda a gente do seu mundo, não era muda. Porém havia algo em Alice que a fazia especial por não ser muda. Não, ela não falava em tons celesteais, nem tinha um paladar doce como pétalas de rosa esvoaçantes. Alice tinha um tom de voz até bastante vulgar - nem muito agudo nem muito grave, nem limpo nem arranhado. Mas mesmo assim, e faltando hoje a Gustavo a alma queimada com que saiu à rua de manhã, não lhe faltava porém uma vontade louca de ouvir falar a sua amiga que não era muda.

Gustavo conheceu Alice no parapeito da sua janela, numa tarde de verão dessas que já pouco queimam, quando, como de costume, se debruçou para fora enquanto esfregava os dentes pela terceira vez naquele dia. Viu Alice, a pomba, e babou-se de branco esverdeado cumprimentando-a. Ela respondeu, arquejou a asa direita num gesto de sedução treinado e esvoaçou deslizando de pernas juntinhas até ao estranho bebedouro.

Gustavo decidiu sair à rua no dia seguinte.

Saturday, February 24, 2007

Armindo

Já que falamos de comida proponho-me a partilhar um novo conceito de restaurante com o leitor.

Recentemente — hoje, precisando — fui jantar a um restaurante japonês. ‘O que tem de particular esse restaurante?’ perguntarão vocês. Não sei porque foi a único a que alguma vez fui.
É composto por várias mesas de duas pessoas, dispostas ao longo de uma parede, e por uma maioria de mesas semi-circundantes de uma chapa. Como em todos os restaurantes japoneses, servem sushi e outras variedades desse peixe cru (e isto é aqui é pura suposição!), mas a grande atracção é o que se faz nas chapas. Depois de se escolher de uma variedade de menus, que podem incluir lombo de vaca, peixe, legumes e gambas comparáveis em tamanho e suculência ao braço duma criança de apenas poucos meses, apresenta-se um chef japoinas, todo quitado com faixas à Ryu do Street Fighter e com uma cinta de meia dúzia de facas. Estranho é que o gajo só usa as facas três vezes. De resto, o menino maneja duas espátulas com as quais executa todo o tipo de acrobacias e até mete o pimenteiro, que é daqueles de madeira, e o saleiro à mistura, tudo com grande precisão.

A meio jantar e, bebericando a minha Sapporo, comecei a imaginar o que seria estar exactamente naquela mesa mas num ambiente totalmente diferente. Imaginava uma tasca com um balcão de mármore à entrada e com azulejos na parede coberta de fotografias do clube local e cachecóis dos grandes dos gloriosos anos 80. Na minha frente prostrar-se-ia um gajo gordo de bigode e palito, com um boné do glorioso, daqueles de pala recta, engomada e com uma camisa aberta a cobrir uma camisola branca de alças com três grandes nódoas do que seria provavelmente molho de um qualquer dos seus cozinhados.
Imaginei depois duas situações totalmente distintas:

- Uma primeira em que ele seria um desastrado no seu mester e, tentando impressionar os clientes tentaria as mesmas habilidades que havia visto do lado de fora de uma montra de um restaurante japonês. Não só não as conseguiria executar como ainda por cima atiraria o pimenteiro em direcção à cabeça da pessoa directamente à sua frente. Numa tentativa de evitar o pior lançar-se-ia em direcção a esta, queimando 90% da sua enorme barriga, a ponta dos seus peludos mamilos e a palma da mão na chapa, acabando por lesar gravemente a senhora.

- Na segunda, o senhor mantém o seu aspecto de verdadeiro tuga mas tem uma habilidade de mãos inacreditável e não falha nenhum dos seus espectaculares movimentos. Imaginei-o a fazer uma carne de porco à alentejana apenas com as duas espátulas e o uso esporádico de uma das suas facas, talvez para abrir as amêijoas. Até as batatas ele descascaria com as espátulas. Adicionando no fim os coentros com uma pirueta, estaria ali um prato tipicamente português com um toque pessoal dado pelo Armindo.

Dir-me-ão vocês ‘Mas isso é uma estupidez de todo o tamanho!’, ao que eu respondo ‘Estúpidos são vocês!’.

Wednesday, February 21, 2007

Usos alternativos para bens alimentares.

Tenho uma história para contar sobre um amigo meu. Ele não é muito dado à fama e por isso pediu-me que o seu nome não revelasse. O que ele não sabia é que eu sou má pessoa e que segredos não é comigo, por isso aqui vai: ele chama-se Teodoro!

O Teodoro mora na Lapa mas porta-se muito mal. Ele nunca quer comer a sopa que a mãe lhe dá e esta fica pensando que é porque não gosta, mal sabendo ela que, o que ele não gosta nas sopas dela, coincide exactamente com o que menos lhe agrada nas cervejas do dia antes. É que o Teodoro só não está de ressaca quando está bêbedo e por isso toda a espécie de comida, seja ela sopa, papa cerelac ou borrego assado no forno, lhe causa alguma repulsa na hora em que a deve comer.
E assim Teodoro é magro, cara larga a compensar ser o facto de ser chupada, toda ela bem marcada por barba abundante, mantida rigorosamente nos flutuantes 2 a 3 dias de maturação. Além de magro o Teodoro é alto e confessou-me ter a perna direita maior que o braço esquerdo e a nádega esquerda maior que a direita, pois que apenas a primeira tem incrustado um furúnculo peludo de proporções testiculares. Teodoro é um jovem bastante expressivo, muito por causa da sua face extremamente flexível e das suas longas e ossudas mãos verdes, tantas que são as veias que as alimentam. Teodoro tem as mãos tão grandes que se vangloria pomposo de ser o único homem em Portugal a conseguir empilhar 6 cachorros numa só mão (já lá vai o tempo das bolas de ténis!), proeza que com alguma regularidade gosta de executar. O seu cabelo é muito escuro. Não sei se é oleoso ou não, pelo menos não aparenta e festinhas nunca lhe fiz. O que importa é que se lhe caísse um cachorro cheio de mayonese em cima com certeza ficaria muitíssimo oleoso.

O Teodoro é amigo de um outro amigo meu cujo nome também não revelarei. É o Jarge! Este Jarge conduz que nem um campeão e por isso mesmo possui um velocíssimo Daihatsu Cuore preto.

Teodoro das mãos grandes estava empilhando cachorros numa das suas mãos, congratulando-se a si mesmo, quando Jarge passa veloz! E foi um momento mágico o que se seguiu: Teodoro entra no carro e abre a janela toda, não para arfar que nem um cão, mas para mostrar a todo o mundo como ele é fantástico empilhando cachorros, mesmo com o carro em movimento. Porém, nem todos se interessam por esta arte e transeuntes houve que o apuparam com violência. A cada um deles Teodoro espetou-lhes com um cachorro nas trombas repleto de mayonese e ketchup e mostarda e alface e batatas e salsichas e:
- Blargh!
Divertiram-se como nunca Teodoro e Jarge e passaram a fazê-lo com grande regularidade!

Este ano são lançadas no mercado as Salsichas Teodoro para competir com as Isidoro, no ano que vem serão cachorros que os esquiadores de fundo transportarão às costas nos Jogos Olímpicos de Inverno, em vez de espingardas.

Tuesday, February 20, 2007

A diferença entre um KitKat e uma laranja! (Pois e! Eles sao mesmo diferentes!)

Há várias pessoas que julgam de forma errada o papel das laranjas neste mundo.
As laranjas, ao contrário do que se possa supor, não devem ser confundidas com barras de chocolate Snickers. Elas não estão capacitadas dos atributos que fazem dos chocolates, barras de cereais e derivados, tão eficazes nos momentos em que os consumimos. Assim as laranjas não devem ser consumidas em alternativa aos produtos que acabei de enumerar.
E isso inclui não as comer nas salas de aula, autocarros, metro ou qualquer outro local público, quando a fome começa a apertar!
Porque se comermos um Kinder Bueno numa sala de aula não esguichamos vitamina C para o caderno dos nossos colegas, não o enojamos com o escorregar dos caroços pelo queixo, nem os incomodamos com cheiros ácidos que levam 500 anos até serem totalmente absorvidos pela natureza.

Não é a mesma coisa!

Comer uma barrinha Kellogs Special K de Morango faz barulho, é certo. Mas isso constitui uma externalidade negativa meramente passageira que dura no máximo 30 segundos (o tempo de a retirar do seu envólucro plastificado). Já comer uma laranja deixa um cheiro insuportável que nos persegue até ao final da aula. Se as laranjas cheirassem a flores primaveris japonesas, o problema residiria então, apenas na nojeira que encerra o acto de esventrar as laranjas com o dedo, para posteriormente as descascar. Mas o cheiro da laranja faz lembrar o dos sacos do lixo. É ambíguo! Cheira bem mas lembra merda! Por isso é nojento!

Os meus leitores com certeza já se deram conta, que nos supermercados as laranjas não se encontram ao lado das bolachas ou dos chocolates. Nem tão pouco se vendem laranjas junto às caixas de pagamento, mesmo ao lado das pastilhas elásticas. Nem mesmo se vendem laranjas em quiosques. Elas têm outro objectivo que não o do snack e por isso não são vendidas como snacks nem nos locais dos snacks!

Um snack é uma coisa ligeira, tão simples quando possível de se comer e que não deixa vestígios! As laranjas serão mais ou menos o oposto! Assim como os Kiwis...

Monday, February 05, 2007

Friday, February 02, 2007

NAO

Este post representa unicamente a minha opinião, que os restantes e meus ilustríssimos compinchas podem ou não partilhar.

O referendo do aborto resume-se a decidir se será permitido por lei matar uma pessoa (ser humano, se acharem que não é pessoa só porque não fala) só porque eh pah, agora não dá muito jeito e não me apetece muito.

Caso Prático:
Pedro Castro Coise está mastigando de boca aberta e de relance sua cara lembrou a de um boi invulgarmente feio.
g, deveras incomodado, sem contemplações, arrancou a cabeça de seu compincha com uma enorme pinça e a deitou para um igualmente enorme caixote de lixo.

Explicar.me.á quem conseguir, que diferença fará para quem votar sim, matar uma criança de 10 semanas, de 10,01 semanas ou 10 anos. Está provado que é vida. Todas as razões, psicológicas ou físicas, que levariam uma mulher a querer fazer aborto estão já contempladas na lei, pelo que 'aborto' só porque agora não dá muito jeito mais umas fraldas e uns biberons, é infanticídio!

Outro ponto pertinente, é que as razões alegadas por quem vota SIM são puras ilusões. Senão vejamos:

- O estado não tem dinheiro para pagar abortos a esta malta toda que, de repente, vai emergir.
- Os médicos não vão dar prioridade às 'pobres' mães que 'têm' que fazer aborto, e o aborto não é propriamente uma coisa que dê para adiar. Conclusão, vai recorrer às clínicas privadas quem tiver dinheiro. Quem não tiver, recorre aos velhos abortos, num sitio 'todo badalhoco', como diria RAP.
- Finalmente, não há mulheres detidas por aborto em Portugal.

O que se tem que fazer é providenciar soluções alternativas que passem por apoio psicológico ou, em último caso, facilidades nos processos de adopção.

Sunday, January 28, 2007

Primeiras impressões



Nós e os espanhóis ao pé da Red Light...


Centraal Station














Busy Amsterdam











Eu e o Mark na melhor festa so far... The dutch borrel.








Lucia, Dominic, Pablo and Laida. All spanish but Dominic, she's canadian.









Rita e Anastacios (meio alemao meio grego, a quem eu comecei por chamar Amadeus) e Sílvia




Jazz (scottish, muito simpática) e Folke (sweddish). Zé Miguel e Sílvia on the background. O Zé Miguel é um português que está a estudar em Brighton e fez 2 Erasmus. O primeiro semestre foi em Estocolmo e o segundo vai ser aqui. O sítio é o Bulldog, uma das coffeeshops mais conhecidas da cidade, em Leidsplein







Rita e Sílvia na Leidsplein, centro da cidade.









Vista do 4º, no 12º e último andar da Voorburgstraat. O meu roommate não é a pessoa mais simpatica do mundo mas também não chateia nada...


Primeiras impressões:

1 - Os holandeses são extremamente abertos a todo o tipo de experiências. Por exemplo, nos intrduction days, houve uma pequena palestra sobre como tomar devidamente drogas e sobre os potenciais perigos de se fumar quando se está bebado.



2 - Aviso este que, estupidamente, não segui. Resultado: um verdadeiro filme de terror quando cheguei ao quarto para (tentar) dormir. A erva que tinha fumado era fortíssima e os meus sentidos estavam a 200% ao mesmo tempo que o coração rebentava. O pânico foi tanto que me serviu de lição para os próximos meses.


3 - Quando se fala do "espírito" de Erasmus, nãp é uma tanga qualquer inventada por um nerd. Existe mesmo um espírito de Erasmus, que envolve essencialmente boa onda e desprendimento emocional

4 - Amesterdão é bem mais bonito do que a minha impressão interrailer de 3 noites... É no entanto uma cidade muito complicada em termos geográficos, devido às suas 250 pontes... Por isso não quero cá sermões de quem me venha visitar sobre o conhecimento que devia ter e não tenho de como chegar a certos sítios.


5 - 95% das prostituas da red light são disgusting



6 - Foi a industria porno que adoptou o XXX de Amesterdão como seu símbolo e não o contrário. E não, este XXX nada tm a ver com prostitutas ou sexo.








Thursday, January 25, 2007

Liberdade de expressao

Epah...!
(Posição transitória - Coço a cabeça do lado direito; franzo a testa até aos olhos, duas fissuras rectilíneas mais que formas ovais; contraio bochechas para cima e sorrio desgosto, mal-estar, inconformação, lamentação; afundo o queixo no pescoço; costas contraídas e curvilíneas de tão endireitadas; pulmões cheios de ar; e...)
Não gosto dos Xutos!
(... desabafo!)
Epah não gosto!
Não gosto da música, não gosto das letras, muito menos da mensagem que trazem, mas acima de tudo odeio o gajo! Faz-me lembrar um talhante que é motard nos tempos livres! E sempre que o vejo só o imagino num dos seus festivais em Faro, empunhando uma transbordante jola de meio litro na mão, calças de ganga cinzenta/preta, cinto da Levi's por apertar, tronco nu com pança a transbordar até quase não se ver braguilha nenhuma e bandeira de Portugal na cabeça a fazer de lenço!
Ainda se soubesse cantar... mas não!
Odeio os Xutos!
Mesmo!
Por outro lado, uma coisa que aprecio bastante é "Ouvir Os Xutos Com Os Meus Amigos e Alarvar Que Nem Um Bom Javarde", mas tem que ser tudo junto.

Monday, January 22, 2007

Samba

Hoje estive a dançar musica brasileira. Foi porreiro, aquela gente tem qualquer coisa que me faz sorrir. Não sei se é a despreocupação, ou o ritmo, talvez o sotaque...Adiante, lá estava eu na minha tentativa de samba, e até tenho que dizer que nem me saia nada mal, quiçá tenha sido a energia transmitida por aquela musica (tocada ao vivo, é claro), quiçá porque estava bebido e todos os que estão nesse estado julgam que nasçeram para dançar, quando reparei que enquanto "sambava" uma espécie de iman me arrastava até mais perto dos instrumentos, dos artistas, e fazia-me furar a multidão.De repente, esbarrei-me num gorila, daqueles com braços e pescoço bem mais largos que as minhas pernas, gel no cabelo, e microfone junto ao focinho.Ao que parece, pisei o risco. Ou melhor, toquei na fita. Estava prestes a entrar na zona proibida.Nisto vejo-o, (ele era a razão daquela fronteira). A ele, que não passa de um gajo bem feinho, coitado (Que tromba mais mal parida!) tiravam-lhe fotografias atrás de fotografias, que os gorilas tratavam de pronto eliminar.Não fosse ele o melhor jogador de futebol do mundo, e eu certamente não teria percebido a razão de tal aparato.Uns metros mais à frente, a fumar uma cigarrada, e também de barrete, vislumbrava-se o mágico Deco.(Gostava de saber quanto é que estes Deuses davam para serem Pessoas)

Sunday, January 21, 2007




So it begins...

Ursinhos

Não sei se questionar determinadas coisas que assumimos como certas no dia-a-dia pode ser uma grande vantagem ou uma grande perda de tempo. Sei porém que hoje questionei uma delas. E embora de interessante o assunto tivesse pouco, pode porém servir de exemplo para como questionar outras certezas das quais exemplos não sou capaz de dar - qualquer coisa de que tenham a certeza serve...
Estava com a Joana e estava rabugento, pois a Joana, de tanto em tanto tempo, tem esta capacidade passiva de me estimular a hormona da rabugice. Estava à espera do eléctrico. Estava com tosse e dores de cabeça. Estava frio. Estava mal disposto.
Para mim há duas formas de me comportar quando estou mal disposto: uma delas é estar calado e falar apenas o essencial em forma de grunhido; a outra é totalmente oposta e passa por me abstrair da má disposição tentando concentrar-me noutras coisas, falando sem parar de cada assunto por mais desinteressante que seja.
Foi a segunda opção que inconscientemente escolhi para hoje.

Havia um outlier na paragem do strasse bahn que tinha dois ursos polares muito queridos a fazer patinagem no gelo e a convidar-nos a nós também, para que patinemos com eles, algures no Stadtpark.
Parece perfeitamente aceitável esta imagem. Mas hoje pareceu-me horrenda.
É que os ursos não são queridos! São Maus!
Toda a gente sabe como é perigoso encontrar um urso selvagem no meio de qualquer bosque. São bichos perigosos e imprevisíveis, que atacam sempre que se sintam ameaçados. E sentem-se ameaçados por tudo e por nada, nem que seja por estarmos a mijar atrás da árvore, onde está a colmeia de onde eles de forma tão querida roubam o mel. São mesmo um bicho que eu odiava encontrar aí na rua. Talvez tanto como encontrar um tubarão na minha banheira ou uma cobra na minha árvore de Natal.
Porém e todavia, quando toca a falar de bichinhos queridos às crianças, o urso é logo o primeiro. Mesmo antes do coelhinho, que coisa mais inofensiva não existe. Tanto que os peluches mesmo que sejam coelhos se chamam "urso-de-peluche" tudo junto! E quando se trata de convidar pessoas para um programa em família, daqueles para fazer as crianças rir e brincar e estar contentes, desenham-se também ursinhos polares com barretes e sorrisos bochechudos. A verdade é que se lá estivessem mesmo dois ursos polares a patinar no ringue de Stadtpark, não haveria nem brincadeira nem sorrisos, mas antes muitas e peludas bofetadas, salpicos de sangue e grande chacina das criancinhas menos desenrascadas na sua fuga.

Fez-me um bocado de confusão esta coisa dos ursos na paragem do eléctrico e comentei isto com a Joana que me disse "Ah é porque são peludos e queridos de aparência.". Faz sentido mas mais que peludos são uns badochas mega pesados, com os meus oitenta quilos em cada uma das suas patas. E o focinho só é querido quando têm a boca fechada, pois não há coisa mais medonha que quando a abrem para rugir.

Que os golfinhos sejam dados como queridos, e que os tubarões tenham inveja, tudo bem, eles merecem ser queridos porque o são de verdade. Mas os ursos não são queridos! São maus que nem cobras e como cobras deviam ser dados! Para fofinhos e peludos há vários outros candidatos como por exemplo (e insisto) o coelho!
Os mamutes também são peludos e ninguém os acha queridos! Só fofinhos como um avô o que é perfeitamente aceitável...

Sendo assim, deixo aqui um aviso para os meus mais jovens leitores:
Quando virem um urso dos grandes que não use pijama, POR FAVOR NÃO CORRAM de braços abertos para ele!

Tuesday, January 09, 2007

2007 a abrir em grande!

Depois de uma passagem de ano excelente até ao momento em que o Vodka tomou conta de mim, comecei o ano um bocadinho doente, mas rapidamente, numa viagem de carro a caminho de Granada, tudo melhorou.
Fiz uma viagem de uma semana onde tive o prazer de conhecer a beleza de Alhambra, perto de Granada, a espectacular cidade de Sevilha, e a capital Madrid.
Fui com os amigos holandeses, Arjen e David, e com o Françês Liam. Incrivéis as semelhanças entre a nossa maneira de pensar e dos holandeses e de esperar algumas diferenças no que aos franceses diz respeito. Boa despedida para o David, que vai já amanhã embora de Barcelona, de volta à sua (boa) vida de Amsterdão
Não só conheci cidades que valhem a pena conhecer, como conheci pessoas que valhem a pena conhecer. Foi bom estar de volta ao clima de Inter-rail, o vai-e-vem dos Hostels, as conversas unicas e irrepetiveis, as noites à descoberta das cidades por conhecer e a despedida da boa vida.
Agora, é estudar! Até ao fim de Janeiro tenho 4 exames e há que estudar para cumprir os minimos. Na certeza porém, que há ainda muito para fazer. Por isso o meu plano é estudar entre as 2 as 8 e espremer o resto do dia para fins de satisfação pessoal.
Bom ter-me apercebido que não é preciso ir muito longe para viajar, que viajar é mais um estado de espirito
Muita coisa boa para ver ainda em Portugal, e Espanha!
Se forem a Granada, não deixem de ir ao Funky Hostel, grande bar no terraço, propicio a conhecer viajantes, daqueles que tem tempo para passar em cidades cujos seus conterraneos provavelmente desconhecem.

Fiquei com muita sede de viajar. A ver vamos o que me reserva este Verão

Monday, January 01, 2007

!saicnalubmA

Descobri ontem uma coisa muito engraçada. É que em Viena a passagem de ano se festeja na rua com sirenes de ambulâncias a funcionar durante toda a noite mas especialmente por volta da meia noite!
A verdade é que até à meia noite de ontem não entendi muito bem se se estava a festejar qualquer coisa nesta cidade (como o ano novo, por exemplo!), ou se por outra se estava a entrar em guerra por qualquer razão que eu desconhecesse, pois notícias não é coisa a que eu dê muita atenção ultimamente. Esplodiam foguetes que mais pareciam anti-aéreas em toda a cidade, incendiados por uma espécie de pirotécnicos amadores à paisana! Raramente os apanhei iluminando o rastilho das metralhadoras, mas quando o consegui a imagem que obtia era a dum fanático aos pulinhos excitados e pequeninos, de ombros contraídos e de queixo colado ao peito, segurando os olhos atentos ao isqueiro que seguravam numa mão e ao canudo que agarravam na outra, mortinhos por fazer mais um buraquinho no céu!

Durante o dia o 'rá-tá-tá tá TUM' era só isso e mais nada, nem tinha muita piada, parecia só que se estava a viver no Darfur por um dia, embora fizesse um pouco mais de fresquinho! Já à noite a festarola de foguetes anti-aéreos tem muito mais graça, porque vem seguido de 'inóins' por todo o lado: é que à noite as milícias perdem a paciência e saem à rua com a artilharia pesada: garrafas de champagne que servem de base de lançamento para foguetes daqueles com um cone invertido e encarnado como cabeça e riscas azuis e brancas no resto do corpo, todo ele amarrado a um pau de madeira, fazendo lembrar os do coyete que queria apanhar o Bip-Bip! Claro que um ou outro foguete acaba mesmo em jeito Bip-Bip, de modo que aparecem aqui e ali, em jeito de decoração de fim de ano, bonecos de perna furada e esgar risonho como quem diz "Ena que este ano é que vai ser! Nem dois minutos passaram e já uma perna esquartejei!", mas em alemão! Então vêm os 'inóins' que nem jeeps em campo de batalha e os bonecos são recolhidos de bom humor!
Fantástico e bestial não é?!

De vez em quando ainda acho que vivo numa cidade civilizada.

"Épi níu íar!"

Wednesday, December 27, 2006

Estes sao os meus votos para todos vos

http://www.elfyourself.com/?userid=16079d3eb7009953309b3c3G06122708

Sunday, December 24, 2006

Historias da nossa terra

Há coisa de dois dias conheci o Ernesto.
Estava no Aeroporto de Zurich à espera do avião que se atrasou uma hora e tive o privilégio de conhecer inúmeros portugueses emigrantes também eles à espera do avião que por enorme coincidência não era senão o mesmo que o meu.
Vinte minutos antes da abertura das portas gerou-se a habitual fila de portugueses que dava já a volta ao centro histórico de Zurich. Ainda hoje me pergunto porque gostam tanto os portugueses de esperar em pé antes das portas se abrirem; julgo porém que é para o caso da televisão aparecer entrevistando um ou outro e para que assim haja legitimidade em dizer:
- "Vá lá o senhor ver que tou aqui vai pa três quartos de hora em pé à espera! Isto os aviões portugueses são uma vergonha! Nenhuma outra porta tem malta à espera com'aqui, tinha que ser neste país c'um raio!"
Felizmente não apareceu a televisão!
Mas estava lá o Ernesto!
O Ernesto é um tipo bonacheirão com bochechas rosadas pelo sol dos Alpes em jeito de mancha vermelhusca rendilhada prensada no branquinho níveo de sua pele. Magro, mãos nos bolsos do casaco, costas curvadas para a frente, pescoço pendurado como quem procura a corcundice prematura, Ersnesto vageava para lá e para cá sem destino mas sem nunca se afastar demasiado de seus pais, pois que tal pode ser perigoso num jovem que ultrapassa a tenra idade dos dezassete anos.
Eu olhava Ernesto encostado ao meu canto, vendo-o indo para lá e para cá da bicha parada (é incrível como os aviões portugueses nos deixam sempre à espera!) e desmascarava divertido o esforço daquele jovem em estágio pré-rufia em produzir um ar maldoso debaixo do seu boné branco com caveiras pretas, das suas calças estupidamente largas e da sua camisa à lenhador escondida pelo casaco cinzento com pelo de carneiro. Tentava um ar de quem já de tudo fez na vida mas que ainda muito mais pode fazer e assim Ernesto estava orgulhoso de si mesmo.
Não sabia porém que entretanto fedia a mimo, bolicau, playstation, magic cards, dragon ball, salsichas Nobre Junior e bolhachas Oreo mergulhadas em leitinho meio gordo.
Ernesto pode ser só um jovem, mas para mim ele tem já 17 anos e quasi-certa probabilidade de ser só mais um 'Emigra' estúpido que em tempos veremos falar p'ra 'têvê' a propósito das filas de espera para os aviões da TAP derivadas da (in)competência das autoridades competentes.

Adeus Ernesto, boa sorte para a tua vida. Espero que a chouriça tenha chegado em condições a São Jorge de Bardujo!

Saturday, December 23, 2006

5 dias

Há uns tempos que já foram alguns, escrevi num outro blog um post sobre Sapamurat Niyazor e sobre o regime político arrepiante que ele, de forma tão discreta, levava a cabo no Turquemenistão. A verdade é que este homem era uma réplica viva de Stalin, que fazia do Turquemenistão algo semelhante à Coreia do Norte, mas mais quietinho no seu lugar.
Ontem morreu!
Aos 66 anos Niyazor deixa o seu país pior e mais miserável do que era há 20 anos atrás quando assumiu o poder, mesmo apesar de estar agora majestosamente pintalgado de estátuas em ouro bruto, respresentando a sua balofa pessoa por todo o país.
E isto é bom?! Pois, não!
A verdade é que Sapamurat (para alguns, leitecomchocolat) não deixou herdeiro previsível, pois morreu repentinamente de ataque cardíaco e assim vagou o trono que lhe estava subordinado por autoproclamação de forma vitalícia (daí que agora termine...). Portanto assim estamos numa situação em que a quinta maior reserva de gás natural do Mundo - com poder de mercado bastante sobre a Europa para lhe criar problemas que põem em causa a segurança do seu abastecimento - não tem líder, nem quem saiba liderar a escolha democrática de um (ou pelo menos quem esteja disposto a isso!). Os interesses chovem agora de todos os cantos sobre a eleição de novo líder para o Turquemenistão: Rússia, Europa e Ásia têm os olhos postos sobre este país que ainda ontem era só um monte de estátuas de ouro e de gás barato!
Amanhã, já se está a ver, outro qualquer maroto salta para o trono, empurrado por quem mais força soube fazer, e faz o que bem quiser dos turcomenos, que a todos nós tanto nos faz desde que o gás continue a circular pelos gasodutos.
Mas isto como é óbvio não funciona muito bem assim...
O Turquemenistão anda à deriva e com ele carrega boa parte do nosso Bem-Estar, por isso tenho a impressão que não seria má ideia ter mais em consideração bacanos como o Sapamurat (para outros tantos, Cabeçadealicate) que mesmo mortos nos podem dar bastantes problemas. Mas isto antes que morram...
O turquemenistão está porém todo saitsfeito, pois uma vez na vida apareceu no mapa! É como a aldeia de Santa Comba de Albrunelos, que veio num noticiário no Verão de há três anos, quando a Dona Clementilde lhe deitou fogo.

Wednesday, December 20, 2006

Diego is down

Hoje de manhã cedo foi-se embora o Diego para Madrid.

O Diego era um dos nossos grandes amigos aqui em Viena. Era tão nosso amigo que me parecia que o conhecia há muito mais que apenas 3 meses. Era aquela pessoa com quem contava todos os dias para fazer fosse o que fosse: sair à noite, ver um filme, almoçar, etc. Além de ser um porreiro do caneco, o Diego era mesmo amigo, tão amigo como vários outros amigos que tenho em Lisboa! Se o Diego fosse português concerteza seria seu amigo para o resto da vida. Mas ele é espanhol! E mesmo sendo Madrid ao lado de Lisboa nunca será a mesma coisa, porque o Diego que conheço tem tudo isto de Erasmus incluido: o que eu gosto nele mistura-se com aquilo que eu gosto de Erasmus! Ir a Madrid visitar o Diego vai ser porreiro, mas não tem nada a ver com ir ao quarto andar da Haus Erasmus ver se ele está a almoçar com mais alguém na cozinha, ou ver se já está a mamar para antes de ir sair! Porque como é óbvio nunca hei de ir a Madrid ver o que é que o gajo está a fazer no quarto! E é exactamente (GENAU) disso que eu gosto aqui, é exactamente dessa onda de ir ver o que é que se passa com o Diego lá em cima, e de ter a certeza que quando chegar ao quarto dele me vou rir com qualquer coisa, de que eu vou sentir saudades!

Ontem à noite despedimo-nos num bar qualquer! Só não me desfiz em lágrimas por acaso!
A verdade é que nunca tinha passado por isto e nunca pensei que os amigos que aqui fizesse alguma vez viessem a ser tão importantes para mim!
Es una poya de Puta Mierda!

And tomorrow goes Willy...

Tuesday, December 19, 2006

Relatos Sazonais

O meu Natal o ano passado foi muito giro.
Primeiro experimentei um nova técnica de comprar presentes e depois o Pai Natal ardeu e a minha casa também, um bocadinho.

Como é sempre muito difícil comprar presentes decidi fazer uma lista do que achava que devia dar a cada pessoa. Como não conseguia, copiei a da minha mãe, quando ela estava a fazer na cozinha. Assim foi muito mais fácil, mas ela não sabe que eu copiei. E o bom desta lista foi que encontrei tudo no Jumbo, por isso ainda foi mais fácil. Assim acabei por dar um cabaz a cada pessoa, no qual integravam um rolo de papel higiénico Renova Black, uma alface ou repolho (variava), um saco de batatas para cozer, uma manteiga daquelas de restaurante, um WC Pato, umas bolachas de água e sal (pacotinho) e quatrocentas gramas de fiambre (fininho). Acabei por ser o único a dar estes presentes. A minha mãe deve ter visto algum dos meus e desistiu da ideia. Que sorte!

Na altura de abrir os presentes, no Natal do ano passado, estávamos todos de roda da árvore preparados para abrir os presentes quando ouvimos um barulho na chaminé. Pensámos ser um pombo doente ou algum mendigo, mas não. Eis que surge uma figura de barbas brancas, com ar bonacheirão e vestido de encarnado. Era o Manuel Alegre. Logo a seguir vinha o Pai Natal que, por coincidência, corresponde exactamente à discrição mencionada. Ficámos todos muito surpresos e de boca aberta.. Porque é que o Manuel Alegre estava vestido de encarnado? Que diabo estaria o Pai Natal ali a fazer? Não somos pobres nem neva em Lisboa, o nosso telhado não é daqueles que dá para aterrar o trenó e como é que ele coube naquele tubinho de metal no telhado?
Estas perguntas perderam imediatamente relevância pois o sujeito, conhecido por sofrer de problemas viscerais e de flatulência, solta um grandessíssimo fraque (sugestão do dicionário do Word) que em conjunto com a chama do fogão (sim, o mais estranho é que eu não tenho lareira!) causa uma combustão instantânea do seu traje de lã. Imediatamente choveram pontapés de todo o lado para apagar o fogo do rabo do Sr. Natal e de vez em quando, por prazer, na cara do Manuel Alegre. Eu fui dos que dei mais, mas os outros também deram muitos. O fogo entretanto alastrou para um dos cabazes e ficou a cheirar a tosta de fiambre por causa do fiambre. Este cheiro deu.nos imensa fome pelo que fomos fazer tostas de fiambre e algumas com um bocadinho de queijo, por que a brincar a brincar já éramos aí uns 10 em minha casa e se fosse em todas era capaz de não sobejar para alguns.

Merdaaaa

Mais um post! Nao aguentei! E que ja tenho (pelo menos o meu pai disse me que ia agora comprar me!!!) billhete para Dave Matthews Band. Apesar de nao ser a minha banda preferida, e um concerto que nao quero perder! Provavelmente, pela primeira e ultima vez em Portugal.

(tenho medo que esgote!!!)

Como nao ha duas sem tres

Realiza-se hoje o sorteio para o jantar de Natal. Apetece-me saber quem me irá calhar!
Confirmados para o jantar estamos:
Eu
Peixe
Guilas
Sebas
Faria
Sanhor Gustavo
Gordo
Lemos
Mendonca
Maia
Carocha
Tomas
Lima
Fané
Xico Maia
Neves
Meneye

Falta saber se podemos contar com Joao Andre. De falhas, apenas Felas, ausente nas neves e Ze Maria Medeiros nao poderao comparecer.
Será dia 22!

(pedro como ja reparaste nao estas na lista, o motivo e simples, a ideia e que toda a gente se conhecesse bem, ou o melhor possivel, para depois ser possivel dar um presente a outrem, porque o conhecemos, e apesar de eu Peixe e Guilas sermos muito muito teus amigos - nao chores - o que e que darias ao Duarte Bustorff? Ou ele a ti? Isto é, tinha de se escolher as pessoas tendo em conta um grupo e nao as minhas preferencias pessoais)
grande abraco espero que esteja tudo bem por Vienas, Lisboas e Caxias, esta para breve o reencontro depois destes 3 meses e qualquer coisa em que me diverti que nem um perdido, engordei que nem um abade, e aprendi e cresci bastante

Nuvens

Aqui em Barcelona visito regularmente a página do SOL para me ir informando, e faço-o porque o site está bem feito e é facil chegar às noticias todas (ja foi mais...), mas isto nem interessa nada.
O que interessa é que acabo também por ver muitos blogs de pessoas associadas ao jornal.
De entre esses, sao dois deles a razao porque me leva a dedicar o meu tempo a escrever este post.

Primeiro José António Saraiva nas suas confissoes politicas... Às vezes dou por mim irritado por ver a leviandade com que ele expoem a sua vida, os seus encontros, as suas conversas, e logo, a vida e accao dos seus interlocutores... Eu nao confiaria certos temas a esta persona.

Depois Marcelo Rebelo de Sousa. Impressionante a capacidade deste homem para o politicamente correcto. Ele nao chega a emitir a sua opiniao, a dar o seu parecer, o seu ponto de vista. Ele debita informacao. Nao gosto.

Mas quem sou eu?

O Natal do futuro

Hoje dei por mim a pensar como será o típico natal daqui a vinte anos. Até há alguns anos o "normal" era as "familias" (pai,mae e filhos) dividirem-se entre a familia do lado da mae e do lado do pai, o que naturalmente às vezes já implicaria mais do que apenas dois encontros visto ser dificil juntar os dois lados de uma vez só.
Como sera quando os muitos filhos de pais separados casarem? Eles próprios já tinham quando jovens, sem "familia" própria, que se dividir entre 2 partes, do pai e da mae, que por sua vez se subdivide (é por exemplo, o meu caso), agora na melhor das hipóteses tem de se dividir em 3, e isto complica-se se pensarmos que mesmo que nao se casem com alguem com pais divorciados, um seu irmao pode casar-se com alguem nessa situaçao, baralhando ainda mais as coisas.

Agendar os jantares/almoços de Natal vai ser mais dificil que juntar Pinto da Costa, Bill Clinton, Bush, Bin Laden, Monica Lewinski e Carolina Salgado à mesma mesa.

Saturday, December 09, 2006

O Diablo em pessoa

O homem jogava com o Diablo e entretia uma multidão. Devia ter entre 20 e 30 anos e a sua dinâmica e energia enchiam a cheia praça da Catedral.
Crianças riam com as suas palhaçadas, dançava com o diablo e, ao som da musica, fez-nos rir e rimo-nos com ele.

Dizia"niños: estudien si no acabán como yo, en la calle! No que sea mal, pero no me gusta competencia (concorrencia)"

Tive pena das velhas estáticas estátuas, rodeadas de nada, e aquele jovem, rodeado de tudo.Sem querer, provavelmente, foi um mestre de estratégia. .Quando todos os outros artistas de rua olhavam numa direcção (fazer de estatua, fazer magia, cantar, tocar, ou ainda vender pensamentos profundos escritos à mão em papel de cartão) ele olhava para outra.

Fazer dinheiro a brincar com uma coisa com que todos já brincaram (os mais pervertidos aqui vão parar e reler, pelo menos foi isso que eu fiz)Toda a gente brincava com o Diablo la na escola, que bom relembrar aqueles recreios no pátio lá da escola, em que Diablos saltavam e voavam .tão alto no céu que quase chegavam a Deus.

Mas ele foi mais longe.
Treinou.
É , seguramente, o mestre do Diablo.
E, olhem que sorte, é também um entertainer nato.
Dança com ele. Fala connosco.

Sem querer, foi ao publico com maior disponibilidade a pagar, as crianças. Enquanto muitos destes artistas conseguem reunir multidões que quando chega a hora de verdade, a hora de dar a moeda , se pisgam, este faz com que crianças corram enquanto ele faz mais uma palhaçada.

Algum mais generoso lhe dá cinco euros. Estende a nota para o céu e certifica-se que não é falsa. Só depois agradece.

Acaba com dois Diablos a voar alto enquanto um mar de pessoas disputa a lata de ananases para la poder deixar cair uma moeda.~
Mas não foi por isto que eu decidi usar tempo a escrever sobre este tema.Foi porque me fez pensar.

Porque eu gostava de ser como ele.E náo é por ele brincar bem ao Diablo.Porque ele depois de ter ganho mais de 100 euros em menos de uma hora só volta a faze lo quando já gastou tudo o que tem. Não é o dinheiro que o move. É como um macaco, que quando tem fome, trepa para conseguir uma banana, mas nunca armazena.~

às vezes gostava de ser assim. Mais animal. Mais descontraido. Mais deixa andar. Mais ingenuo. Menos ambicioso.

porque quando queres menos a probabilidade de que tenhas tudo o que queres aumenta.

Zathbanhof

Antes de mais quero dizer-vos, amigos, que acabei de reler o blog todo, e gostei bastante! Además, motivou-me a escrever um pouco mais.

Mas não decidi escrever um poste só para isso.

Before anything else, i want to say you, my friends, that i just finished reading the entire blog, and i actually liked it a lot. More, it motivated me to write more and more often.

But i didn´t decided to wrote a post only for this.

Decidi escrever para ver se era capaz de escrever textos em inglês, como o pedro e tudo isso.

I decided to wrote to figure out if i was able to write a text in english, like pedro and everything else.

Mas eu não era capaz. Nisto, lembrei-me de escrever em portugues e depois traduzir. Foi uma ideia boa como oh caralho.

But, i couldn´t. Meanwhile, i thought writing in portuguese first and than translate. It was a fucking good ideia

Friday, December 08, 2006

Falta Magia

There are a lot of reasons why I don't like American Football. The biggest of them is that i am not really sure i know one tenth of the rules! But there are some stronger reasons which definitely state that even if this was not the case, even if i completely understood every little detail about American Football, even if i would be able to be an American Football referee, i would still hate it, disgust it, feel sick about it and threw up just because of it!

A few days ago i went to an irish pub to watch for an american college football game. That was a game which brought against each ohter two Texas teams. We have some Texas friends here in Vienna so i thought it would be cool to watch their team playing. It wasn't!

The biggest reason why i hate it is because american football is like Oprah, Dr Phill, Jay Leno, whatever: it has breaks every 4 minutes. But the worst thing is that during the breaks you don't just wait for the rest of the game watching for some commercials, you actually can listen to some interviews with the most famous men playing that day, you watch other lengendary games' best moves, you watch three enormous guys with huge headphones and microphones discussing the game's best shots! And then, when you think that's it, the game is about to restart now, then the commercials begin! And even the commercials are filtered so that the ones you watch have football players stars (matching with the ones playing) stating things like "you wanna be as fast as i am on the ten yards? Drink Gatorade!". Now that doesn't concern me that much, it only makes me feel bored. However, i'm an altruistic man, and i was just thinking about football fans and what would be their feeling if a guy who just missed the easiest touch down ever, came up in a commercial like that, claiming he is the fastest man in the american football championship! I would destroy my television if i watched a commercial of Postiga saying "para cabecear como um campeao!" just after watching him missing a head shot one metre away from the target!

After 45 minutes of this, i got really bored in that pub, so i asked "how long does this game take?" and the answer was "3 hours!". What a fuck?!

I think the only reason why americans like their own football is because of the cheerleaders and because they really need to have something traditional, just of their own, to be proud of!

Thursday, December 07, 2006

Correlação VS Causualidade

No outro dia apareceu-me uma borbulha de proporções dantescas mesmo no nariz.
Andava com aquela sensação de que quem olhava para a minha cara só via mesmo a borbulha.

Um dos chocolates deve ter decidido embirrar comigo.

Nisto surgem, como era de esperar, algumas bocas.
um: "Toma Roacutan (ou lá como se escreve), pode ser que isso passe"
outra: "Não tomes, que isso causa depressões "

Quantas vezes já ouvi este comentário?

Algumas das pessoas que recorrem ao Roacutan (ou lá como se escreve) já tentaram de tudo para resolver o seu problema (seguramente bem mais grotescamente dantesco que uma borbulha no nariz!).
Quando o fazem estão desesperados, pensam "É agora. É isto que me vai salvar!".
( mas ao principio parece que até piora o estado das coisas)

Bom, o facto é que a tal pessoa depois de tomar o Roacutan (ou lá como se escreve) entra em depressão, ou chega mesmo até a por termo à sua vida:
Mais nada, Roacutan pode causar depressões!

Bom, até pode ser verdade no sentido em que eleva as expectativas que depois de frustradas, causam a depressão. Assim, indirectamente, pode ser causa de uma depressão.

Mas daí a vir nas contra-indicações... Uma contra-indicação legitima para mim é qualquer coisa como: Tomas Roacutan, sofres de cieiro descontrolado (fendas e gretaduras na pele produzidas pelo frio ou pelos ácidos)

Na mesma lógica os chocolates, que causam as borbulhas, que causam o ansiedade para se livrar delas, que causam o querer tomar Roacutan, que causa a elevação das expectativas, que depois causam frustração, também deviam ter essa contra-indicação?

O ridiculo é que a empresa que produz Roacutan (ou lá como se escreve) tem mesmo de oficializar essa contra-indicação, para se defender de um eventual processo, quando o Roacutan causar uma depressão a alguém.

Bullshit!

Tuesday, December 05, 2006

As (mas) escolhas do mister

Não é por acaso que é preciso tirar um curso para se ser treinador. Requer que se perceba de futebol, de estratégia e de táctica. Claro que todas estas capacidade se adquirem com tempo, experiência e ‘experiências’.

Um treinador que não conhece os seus jogadores totalmente, experiencia, extrapola, até designar aquela que acha a melhor equipa, e os que melhor se adequam para substituir um dos que figuram na referida. É nesta altura que se rejeitam os jogadores que não se encontram em nenhuma desta situações. Se há coisa que é desnecessária é um plantel inundado de inúteis, que só podem servir, eventualmente, para tapar buracos. Este processo tem que ser feito com a maior brevidade possível de modo a não assistir ao triste espectáculo que presenciámos nos últimos dois jogos do Sporting.

Um treinador fazer experiências no fim da primeira volta, num jogo em que o Sporting tinha hipótese de se isolar na frente com o Porto já é arriscado o suficiente, mas repetir a graça no jogo seguinte, o que possibilitava o apuramento para a Taça UEFA, é pura estupidez. Não pode haver jogadores insubstituíveis mas quando se é mau é-se e acabou. Se o Sporting tivesse jogado com a equipa que começou a época, com excepção dos jogadores lesionados, tínhamos tido uma prestação bem melhor... Os mesmos erros que cometemos contra o Beira-Mar voltámos a cometer. Foi sorte só termos levado três golos depois dos inúmeros erros defensivos que fizemos.
Tonel a lateral direito não é a visão do paraíso mas o Miguel Garcia é que não. Foi preciso arrancar o gajo a ferros e o Veloso entrar para começarmos a produzir alguma coisa. Bueno lá marcou o primeiro golo mas sempre com prestações fraquíssimas. Fraco poder de finalização e demasiado faltoso, como se não bastassem já as fitas do Liedson.
Achei que depois da miséria contra o Benfica o mister ia pelo menos assegurar a entrada na UEFA.
Não é um mau treinador mas ultimamente é o que tem parecido.

Thursday, November 30, 2006

Devaneio em pos-estudo,

Voltou com um sorriso de orelha a orelha. Havia caminhado sem pensar por tempo que esquecera mas que agora lhe parecia bastante, demasiado, como que merecendo ser terminado. Sim, queria terminar! Sorriu confiante e satisfeito com sua decisão e entrou em tempos de ontem alegremente dando-se conta aos bocadinhos de como era menos atractiva essa terra de dias passados. Mas era Casa. E então? Pois então... Nada!... era apenas em Casa que pensava, e era bom mas afinal era mau! E sendo mau era ainda a Casa que estava sob os domínios de 'Lugar Bom' em seu cérebro! Pois seja o Lugar Bom agora mais mau que bom, a ele irá voltar. Não que queira, a isso é obrigado. Pergunta-se porém, se alguma vez em que se possa quedar fora de Casa pelo tempo que queira, irá ele ser mais forte que esta saudade inata do que era antes, mesmo que antes fosse tão mau quanto levar pontapés e valentes zurradas nas costelas! As saudades fazem pouco sentido e pouco dizem também do que é a nossa vontade!

Saturday, November 25, 2006

trips

Um dia partiu. Partiu, não só porque podia, mas principalmente porque queria. E não fora esse viagem (e muitas outras feitas anteriormente), talvez hoje em dia não fosse o mesmo. Tenho curiosidade de saber se estas viagens o mudaram. Se vê o mundo duma maneira diferente, ou se simplesmente acha que que a sua visão já era a certa antes de partir. Quem sabe um dia saberei. Não por ele, mas por mim mesmo.

Tuesday, October 24, 2006

David Silva

Não há dúvida que é quando pensamos ser possuidores de uma certeza que ela se afigura menos certa.
Perguntar.me.iam há poucos anos se eu tinha a certeza de ser único no mundo, fisicamente, leia.se, e a minha resposta seria que essa era uma das certezas que eu tinha intrínseca.
Desde há esses poucos anos, não sou já tão veemente nessa afirmação. Não por mim, que me continuo a achar único nesta beleza que Deus me deu. É sim pelo facto de se terem cruzado na minha vida pessoas que devido à sua compleição ou mesmo tez (imagine.se!) outros afirmam ser iguais à minha pessoa. Desde um Nelson, que nunca cheguei a conhecer, até outros que tantos. Isto é, de repente g é produzido em série! Podem imaginar a revolta que isto gera dentro duma ‘ssoa.

Apenas recentemente, descobri que não era o único a padecer desta maleita. Apesar das inúmeras tentativas (falhadas) de apontar este ou aquele como semelhantes de outro ou aqueloutro, descobri uma semelhança inegável. Tão inegável como a que junta Emílio Peixe e Nicholas Cage ou Jorge Costa e Bruce Willis ou mesmo ainda Dudek e Edward Norton.

Todos conhecemos Peixe, um dos perpetradores deste nosso blog. Quem não se lembra de histórias únicas, que fazem dele tão único, uno. Histórias que impedem que se possa confundir Peixe com outra pessoa, por serem tão características dele próprio. Quem não se lembra da famosa 'conversa urgente’ que levou Paulo Chaves a interromper um banho deste nosso amigo? Aqueles arremessos de chaves nas partes baixas que todos tão bem conhecemos? Historias que só podemos associar a este nosso amigo, cuja cara temos perfeitamente definida numa imagem guardada na nossa cabeça. Desculpar.me.ão a insistência mas é estritamente necessário que estejamos cientes desta noção.

A imagem que se segue pode chocar os leitores mais sensíveis ou muito amigos do Peixe.



Apesar de perceber que o que vou afirmar pode fazer alguma confusão, faço.o com toda a certeza. O rapaz que figura na imagem não é o Peixe. É um rapaz que frequenta a mesma universidade que eu e que eu imaginei que fosse seu familiar, circunstância que o Peixe já desmentiu.

Se calhar foi um pequeno capricho meu que o destino terá querido satisfazer, o de não ser o único a ser produzido em massa. Ou não.

NOTA: Este post foi escrito com o consentimento de Peixe© e de todas as partes envolvidas.

Wednesday, October 18, 2006

E o meu voto vai para...


O grande português:

porque para alguma coisa acontencer, tem primeiro de começar. Se não fosse ele nem haveria este programa. Longa vida ao rei!

Sunday, October 15, 2006

Um outro de esses dias fui ao Camp Nou tentar possuir bilhete para o jogo que se desputava na mesma noite, Barça Sevilha-O que eu aprendi

Ora bem eu aprendi que em primeiro lugar quando tens a sensação de que a casa já está quase cheia o melhor que tens a fazer quando um pseudo-mafioso te oferece um bilhete pelo preço base e mais cinco euros apenas, o melhor que tens que fazer é, pois claro, aceitar visto que quando tens efectivamente a certeza de que esses bilhetes já estão mesmo esgotados, o malandro dá de si e pensa: " Então e se eu pedisse não 5, mas 35 euros extra o preço-base?", nisto perdes 1 hora e meia na fila e a possibilidade de assistir a uma bela partida num magnifico estádio.
Como nem tudo é mau, tens sempre a oportunidade de saber que não só foste estupido uma vez, como o tens sido nos ultimos dias, visto que em muitas das caixas multibanco poderias ter comprado o billhete de forma rápida, sendo que estes chulos apenas te cobram 2 euros extra sobre o preço base, de modo que até são os mais amistosos dentro dos que querem uma comissão pelo serviço de venda. Pelo que dás de ti a comprar um bilhete para o Barça Recreativo de Huelva a uma distância considerável do dia da partida, mais de duas semanas, e podias ter feito o mesmo para assitir a um jogo , à partida, bem mais competitivo.
Mas aprendes que afinal é só andar 20 metros desde a tua porta para conseguires um bilhete a um preço justo e, claro está, com pouco trabalho, sem teres de deslocar cerca de meia hora entre metros e caminhadas para depois dares com o nariz na porta.

Ah, pois é, é claro que estamos sempre a aprender

Um desses dias fui sair à noite em Barcelona...O que eu aprendi

Aprendi que em Barcelona quando tu fazes muito barulho à porta de um bar, pelo menos no Borne, o resultado não é o mais feliz: Pois que levas com uma porção considerável de água no couro cabeludo e em toda a roupa, ficando notoriamente encharcado e prontinho para te apetecer ir direitinho para casa e não sair. Já presenciei também a alternativa de uma bombinha de carnaval que parecendo que não quando estás bebado ainda te ecoa e zumbe bastante nos ouvidos e chega mesmo a pregar um susto dos valentes, mas que ainda assim é preferivel àquilo que eu prefiro pensar que seja um balde de água, mas que não se exclui a possiblidade de numa próxima vez ser um xixizinho ou até lixivia.

Ah é claro..estamos sempre a aprender

Friday, October 13, 2006

Perfection



http://youtube.com/watch?v=odz0gLYaspk

Wednesday, October 11, 2006

Porque e que eu acho que isto de Erasmus nao me esta a fazer bem!

Hoje reparei nos rrrestos de rrresina no rrrego... Perdão!, dizia que hoje reparei que com o passar do tempo estou a perder as minhas capacidades motoras aqui em Viena. Isto porque me tem faltado sucessivamente a força nos momentos em que mais dela necessito, talvez porque meus músculos se estejam a carcomir, talvez porque meus neurónios se estarem a diluir, ainda não sei bem! Ainda há pouco quis beber um pouco de leite e sucedeu o seguinte: o meu beiço inferior foi incapaz de suster o peso do leite que entrava pela minha boca via caneca, na medida em que se viu incapacitado de se manter devidamente agregado à borda da caneca da qual vertia o leite; foi pois o desabar desta ponte de contacto, provocado como bem se relembram pela falta de força da minha boca, que me pintalgou toda a minha zona pélvica de branco! Já ontem foi de maior dano o cochilo em que incorri: estava a andar no parque vi um camião do lixo avançar na minha direcção, ao que não fui capaz de controlar minhas pernas e me lancei contra ele! Algumas luxações daí resultaram na zona do abdómen e do baço tal como algumas fracturas expostas das quais realço a do fémur direito e a do rádio esquerdo; também parti a clavícula! E isto não é bestial e até dói!
De resto está tudo bem! Isto no fundo é como dizia aqueloutro que estas coisas não matam mas moem!, e água moe em pedra dura tanto dá até que fura!

Monday, October 09, 2006

Hoje fui às aulas almocei na cantina- O que eu aprendi:

Em Barcelona fuma-se droga à porta das aulas enquanto se espera pelo professor e até mesmo na cantina enquanto se almoça. Estamos sempre a aprender.

Saturday, October 07, 2006



Sempre senti um fascínio por aqueles que buscam o fim do mundo. Pessoas como nós que tentam chegar a sítios que nunca imaginaríamos possíveis antes do primeiro lá chegar… Porquê a busca desses ermos? Sítios sem ninguém, onde o tempo não passa e onde a Natureza manda mais, muito mais do que nós.
Talvez seja isso mesmo, esse poder inquestionável da Natureza nesses sítios que os torna tão fascinantes. Deve ser aí que sentimos mais fortemente a nossa pequenez perante um universo tão vasto. Espero um dia conseguir visitar um desses locais. Na fotografia o cume da montanha mais alta do mundo, o Everest, espreitando por cima das nuvens.

Tuesday, October 03, 2006

Um caso de justiça!

Eis que me encontro a relatar mais um episódio. Este reveste.se, aliás, de bastante comicidade e engraçadismo.
Há certamente mais de dois dias fui desafiado por um grupo de pessoas conhecidas para me jantar a um juntar. Infelizmente não pude, portanto nessa noite acabou por não se passar nada. Minto. Foi exactamente nesta noite que teve lugar o episódio que supra.referi. Depois da ingestão de várias bebidas alcoólicas, um de nós, o Neves (note.se a frontalidade sem remorso, propositada, para se ver de que é feito este que achamos conhecer), já ébrio, dirige.se ao bar com intenções de proceder a mais uma tão comum ingestão involuntária e nada desejada de mais uma bebida. De regresso ao local de onde saíramos, topamos com uma moça que transportava bebidas com notório esforço num malabarismo que desafiava a gravidade. No momento que lhe pareceu mais oportuno e depois de minha sugestão, confesso, Neves embate contra a pobre e sem qualquer pudor solta um grito que soou a raiva mas que ambos sabíamos ser de gozo. Um grito como se tivesse sido ele a levar o encontrão. Um grito que transmitia a palavra P***!

É lógico que depois de um acto de tamanha malvadez a única coisa que nos ocorreu fazer foi pedir desculpa à jovem. Não foi. Minto de novo. Rimos que nem uns perdidos durante cerca de mais de 23 segundos e bebemos entoando musicas irlandesas para comemorar o dia que passámos a chamar de Dia da quinta.feira santa. Porque era quinta.feira, lógico. A nossa quinta.feira santa passou a chamar.se quarta.feira santa. E ainda não decidimos acerca da quarta.feira santa, mas tudo indica que por hora em diante se vai chamar terça.feira santa.

A semana a que costumamos chamar 'santa' ficará então composta por:
segunda.feira da semana santa, terça.feira da semana santa, terça.feira santa, quarta.feira santa, sexta.feira da semana santa, sábado aleluia e domingo de Páscoa.

Monday, October 02, 2006

ora ora

Cá estou eu outra vez .
Têm acontecido umas coisas interessantes aqui por Barcelona .
Num destes dias andava à procura da minha velha bicicleta que estava acampada ali na praça catalunia mas encontrei o meu novo monociclo, tinham-me roubado uma roda, mas não faz mal. Parece que já não a vendo por 50.
Não, estou a brincar. É mentira. Por enquanto... Tenho me fartado de ver bicicletas sem a roda da frente, portanto é possivel que da proxima vez que vos conte isto ja seja verdade.

Mais coisas .. No outro dia a andar no paredão vi uma coisa que nunca antes tinha visto. Um nu de tatoagem. Justamente. Era tipo um nu à paisana, tinha uma tatoagem em que parecia que estava de tanga, mas não, estava nu de tatoagem.
Cá as pessoas gostam de andar nuas. Já não me lembro em que noite estava com um grupo de Erasmus na praia a conviver e tal quando de repente os membros de um grupo de turistas se começam a despir e a saltitar alegremente para a banhoca. 8 gajos e 4 miudas acho eu. E depois são as prostitutas e os travestis que marcam presença nas Ramblas etc nas noites do fim de semana, mas o giro é que convivem alegremente com pessoas que nada tem a ver com isto. Cá há de tudo e o convivio entre as pessoas dá-se sem problemas.

No grupo com quem costumamos estar há um deles, o Yuseph, que é de Amsterdão e é Muçulmano. É engraçado notar nas abismais diferenças de culturas. Como agora eles estão no Ramadão ele durante o dia não pode comer nem beber nada. Acorda as 5 da manhã para tomar o pequeno-almoço e depois volta para a cama. Para depois acordar e ir para as aulas. Eles levam a religião de uma forma completamente diferente da nossa, muito mais assério, tanto que parece demais, mas é assim, é outra cultura... Mas no outro dia por exemplo fomos a um sitio aqui perto que é conhecido pela praia, Sitges (que é também um roteiro gay...muitos dos bares tem bandeirinha gay a porta o que torna mais facil evita los), tivemos la das 3 da tarde às 5 da manha mais ou menos. Foi porreiro, éramos um grupo de prai 20 e tal pessoas, e desta vez nos tugas estavamos em maioria absoluta. A viagem foi uma peseirada, enganámonos no comboio e aquilo que supostamente demorava 20 minutos, demorou 1 hora e 40.

Mas depois foi bom. MAS eu tinha começado a falar disto para dizer que o tal Holandês não levou fato de banho nem tomou banho porque nao pode, porque pode engulir um pirolito e assim beber agua e desrespeitar a religiao!!!! Claro que isto para nos e estranhissimo e nao faz sentido mas tenho tentado perceber estas coisas. Costumo ter mais cuidado tipo para falar mais com ele do que falaria normalmente porque, sei la, tipo ele nao bebe, e todo introvertido, e esta gente a nivel de cultura tem pouco a ver com ele, deve sentir se um alien. Por outro lado já vive em Amsetdão, já deve estar habituado a ser diferente, visto aquilo ser como é.

Hoje começei as aulas e aproveitei um furo para escrever o mail que vos estou a mandar agora. A nivel de aulas correu tudo bem. Ao principio foi um bocado complicado escolher as cadeiras porque eu e a Pira tentamos escolher so as que tivessem exame o mais tardar a 9 de Fevereiro (ca a epoca de exames acaba a 16..), isto porque as aulas na nova começam a 12 e se é chato nao ter férias entre semestres, apesar deste ser Erasmus... , ainda e pior nao ter ferias e faltar 2 semanas as aulas... Mas pronto correu tudo bem e as cadeiras parecem boas (dentro do possivel).

Já passaram duas semanas desde que cá cheguei, tenho tido sorte: na casa, nas pessoas com quem vivo, na faculdade (Apesar da distancia), no conhecer pessoas, nas noites. Estou a adorar e está a correr tudo pelo melhor, espero que continue assim até ao fim.

Continuem a escrever (g e peixe...) Estou a gostar de ver o peixe a dedicar se ao blog regularmente e tenho sempre acompanhado quando consigo ir a net! qd tiver net em casa tentarei ser mais assiduo!abraçoss

Sunday, October 01, 2006

apple [ap-uhl] - n; anything resembling an apple in size and shape, as a ball, especially a baseball.

This post refers to an American brand. For this, and only for this once, it seems more than adequate that the next few paragraphs are written in English.

Aside from being, among others, what the description above states, Apple is also one of the largest companies in what refers to computers manufacturing. Being like so, and I myself being a person for whom only the best satisfice, i've decided to buy one 'a those things. By this post I mean no harm to anybody that does not have and does not intend to purchase, in a near future, one of these superior machines.
Be advised, however, that just like mine, your anger will reach a point in which computer crashes are unbearable, and you will make use of brutal force in a desperate attempt to solve any problem.

Friday, September 29, 2006

um post europano

Porque é que eu me sinto europano? Porque escrevo, ou tento, num blog com esse nome; porque tenho métodos de trabalho; porque não cuspo para o chão (a não ser quando vou ao grego); porque vou fazer Erasmus em Amesterdão, porque gosto de ler. Porque sei inglês. Porque não acho que quando chove a culpa é do Governo.


E tuga? Porque adoro bola, ver e jogar… Porque apanho grandes bebedeiras (ainda ontem foi mais outra); porque adoro praia e não suporto visitinhas ao parque; porque estou a ouvir Xutos… porque continuo a achar que o bom é encher o bandulho até não poder mais, seja com o que for (de preferência atum), porque odeio nouvelle cuisine. Porque acho que o Mourinho é o maior e que virá um dia treinar a selecção nacional qual D. Sebastião em cavalo branco. Porque odeio filmes dobrados, não há nada como as legendas (a melhor qualidade do nosso país! Legendar os filmes!). Porque não há nada como Portugal!

Bernardo S Galvao Lucas, 20 anos e mais qualquer coisa, a comemoraçao de um granda Sanhor!

Passava o ano de 1985 na localidade costeira de cascais, então ainda separada de Lisboa por campos de abóbora e batatas e melões e pomares de dióspiros, que tanta fama davam à região. Numa maternidade esquiva e fria da Rua Torta nascia esse menino bonito, de mãos, braços e olhos já bem abertos, emanando a sapiência de 100 anos. Bernardo Galvão Lucas desde cedo fez juz a seu nome, tanto em peidos que soltava como em poemas que proclamava. Quem não se lembra do famoso Peido Numa Enseada do Tejo, obra-prima da flatulência pos-moderna do raiar dos anos 90, ou quem não se recordará também de Castelo de Cartas, um pequeno segredo lírico à espera da edição, uma obra-maestra da poesia visceral, um grito de rebelia, uma inconformação em jeito de rima.

Entre 1985 e 2005, Bernardo vive intermitentemente entre Cascais e Lisboa. Este constante ir e vir de Lucas entre as suas duas terras-mãe acabará por moldar tanto a sua vida pessoal como a sua vida artística. Se a grande maioria dos poemas são escritos por Bernardo na sua residência em Cascais, já a maior parte dos seus peidos são soltos em Lisboa, tanto em passeios noctívagos de destino e sobriedade incertos, como em sonos profundos que dorme no número 40 da Rua do Olival. Ocasiões houve em que os seus peidos perderam o encanto e o fulgor que a expontaneadade lhes conferia. Em momento algum, porém, perdeu Bernardo a coragem de se peidar da forma que o seu génio artístico melhor produzia, mesmo quando a crítica se ouvia dolorosa em graciosos elogios ao carácter refrescante das bufas de Galvão Lucas.

Festejamos hoje os vinte anos e qualquer coisa de uma lenda que - Deus nos deu graças - está viva! E se é verdade que Cacais mudou um pouco depois de que Bernardo nasceu, Lisboa concerteza jamais cheirará ao mesmo agora que os intestinos de Bernardo parecem finalmente ter atingido a maturidade da sua podridão!

"Quando morrer quero ser recordado por aquele momento de orgasmo artístico em que escrevi Puxa!, Que Cheira Mesmo Mal! [1999] conseguindo sempre manter numa sintonia olfactiva e sonoro de peidos cuja sensibilidade jamais almejarei outra vez, assim penso!" - Bernardo Galvão Lucas

Wednesday, September 27, 2006

Corrijo: É sempre bom comer a papinha!

Eram Zoaira e Imena quem disputava Randulfo, ao mesmo tempo que engraçavam o moleiro, trauteando suas cantigas brejeiras em jeito meneador de amores, mas provocador. Só assim era por saber o destempero que destolhava em Randulfo com tais proclamações. Randulfo não esquecia, porém, o trabalho que lhe destinara o cónego. Faria as vezes de copista na crónica que o benfeitor escrevia, narrativa das conquistas d'el-rei Alfonso sobre os sarracenos nas zonas do Tejo.

A difícil escolha que (não) lhe cabia no coração adida a propósitos que à sensação, e apenas sensação ou não tivesse ele tratado de manter o devido secretismo, de outros nada de bom auguravam, privavam-no da totalidade da sua concentração no exercer dos serviços a que se prestava, nomeadamente os de copista. Pesava, portanto, no cónego, a desconfiança de tais propósitos e urgia que descobrisse o que abordavam. Não só pelos serviços em si, legado que tencionava deixar a quem o quisesse, mas pelo rumo que temia levar a vida do pobre homem.
Numa soalheira tarde em que ambos laboravam na dita crónica e as mulheres faziam a lida, uma pedra trespassa a linha de olhar que mantinham entre os dois, sentados à mesa da copa. O cónego levantou-se de um pulo. Randulfo se manteve impávido. Como que esperando. Daí a pouco gargarejou num berro de desespero a voz do moleiro, sonindo aprisionada na garganta, obstruída por uma maleita que se afigurava desgraça. O cónego entendeu por fim a passividade de Randulfo perante tão súbito incidente e, lúgubre, olhando pela janela, viu o moleiro, tombando, fenecer.

Monday, September 25, 2006

Levanta-te e Anda!!!, ou O Caminho para Toninho

Há uns dias que foram dois levantei-me da cama e peguei em minha canadiana para caminhar como sempre fizera desde o passado dia 15 de Agosto. Ao cabo de alguns passos dei conta que não mais precisava de minha mula para andar, pois que a minha perna havia finalmente ressuscitado de seu profundo coma. E como que festejando me sentei ao computador para escrever um post ao que adormeci. Dois dias depois acordei e assim me encontro agora escrevendo o resto do post que em modo de comemoração devo à minha filha pródiga.

Porém pouco mais resta que se diga acerca da minha perna pelo que opto por contar-vos a história de Anita e sua avó. Ou talvez opte também por esquivar-me a esse assunto e assim me decida por abordar as questões que mais interessam aos pequenos que agoram regressam às aulas em Viena do Castelo.

Viena é bastante agradável, mesmo em tempo de aulas, acima de tudo porque ninguém dá muito por estas. É que além de começarem tarde (as minhas aulas vienettas começam apenas no dia três de Outubro), as aulas espreguiçam-se em horários que não lembram o careca e que são mais levezinhos que um judeu no final da Segunda Guerra Mundial. Antes que a Guerra termine aproveito este final de férias para desperdiçar o tempo de que ainda disponho no Oktoberfest, que é uma cidade catita aqui ao lado numa ponta esquiva da Eslováquia, e em Bratislava, que mais não é senão um grandioso festival de água com gás e sabor pêssego bem no centro de Munique.
Mas começo pelo fim.

Tudo começou qunado cheguei o que é fantástico e extremamente inovador!
Depois foi assim:
Estavam cinco macacos no meu quarto quando cá cheguei. Um deles era mesmo macaco os outros nem tanto foi só uma força de expressão. E as coisas assim permaneceram, num vendaval de pessoal muito porreiro e mais ou menos macaco sempre a entrar e a sair do meu 319 do 23-25 da rua Kenyongasse bem pertinho da Banha do Oeste. Com o passar do tempo (uma semana) comecei a deixar os macacos de fora e dar-me apenas com a malta porreira o que é bestial! Espanhóis, franceses, americans, são os mais impecáveis, mas também há por aí italianos e belgas muito afáveis.
A minha vida em Erasmus tem-se reservado sobretudo para a noite mas ainda assim os dias têm-se passado simpaticamente aterefados, entre aulas de alemão, burocracias típicas de erasmus e passeios guiados pelo próprio gabinete de Erasmus da WU, que têm um não-sei-quê de muito festivo e bebedeira e um não-sei-nada de enfadonho: é verdade, a própria universidade patrocina as férias, as viagens à neve e ao oktoberfest, as saídas à noite e a possibilidade de aí poupar dinheiro bebendo muito. O que é extraordinário - são coisas que se ganham quando tu estás a estudar em Erasmus!
Viena em ci como sidade, tem muito de frio, germânico e imperial mas afinal não tem nada a ver com Alemanha nem com o leste europeu, ou tendo é muito mais do que isso. Há um charme bem visível e uma sensibilidade bastante mais europeia que aquilo que vemos e sentimos mais para o leste. A cidade tem vida em todos os aspectos e não apenas como metrópole. É uma cidade alegre e cosmopolita. Mais tarde debruçar-me-ei com maior afinco sobre este assunto ou talvez não me debruce mas o que interessa é que agora não me debruçarei mesmo...

O que a vós vos interessa saber é que Viena do Castelo é uma espectáculo quer para o roteiro nocturmo quer para o roteiro diurno e que muito prazer me darão aqueles que meus amigos forem e me visitar quiserem!

Um grande xi-coração ou um afagar do cucuruto, que também pode ser muitissimo agradável quando estás com os amigos de que mais gostas não?!