Bernardo S Galvao Lucas, 20 anos e mais qualquer coisa, a comemoraçao de um granda Sanhor!
Passava o ano de 1985 na localidade costeira de cascais, então ainda separada de Lisboa por campos de abóbora e batatas e melões e pomares de dióspiros, que tanta fama davam à região. Numa maternidade esquiva e fria da Rua Torta nascia esse menino bonito, de mãos, braços e olhos já bem abertos, emanando a sapiência de 100 anos. Bernardo Galvão Lucas desde cedo fez juz a seu nome, tanto em peidos que soltava como em poemas que proclamava. Quem não se lembra do famoso Peido Numa Enseada do Tejo, obra-prima da flatulência pos-moderna do raiar dos anos 90, ou quem não se recordará também de Castelo de Cartas, um pequeno segredo lírico à espera da edição, uma obra-maestra da poesia visceral, um grito de rebelia, uma inconformação em jeito de rima.
Entre 1985 e 2005, Bernardo vive intermitentemente entre Cascais e Lisboa. Este constante ir e vir de Lucas entre as suas duas terras-mãe acabará por moldar tanto a sua vida pessoal como a sua vida artística. Se a grande maioria dos poemas são escritos por Bernardo na sua residência em Cascais, já a maior parte dos seus peidos são soltos em Lisboa, tanto em passeios noctívagos de destino e sobriedade incertos, como em sonos profundos que dorme no número 40 da Rua do Olival. Ocasiões houve em que os seus peidos perderam o encanto e o fulgor que a expontaneadade lhes conferia. Em momento algum, porém, perdeu Bernardo a coragem de se peidar da forma que o seu génio artístico melhor produzia, mesmo quando a crítica se ouvia dolorosa em graciosos elogios ao carácter refrescante das bufas de Galvão Lucas.
Festejamos hoje os vinte anos e qualquer coisa de uma lenda que - Deus nos deu graças - está viva! E se é verdade que Cacais mudou um pouco depois de que Bernardo nasceu, Lisboa concerteza jamais cheirará ao mesmo agora que os intestinos de Bernardo parecem finalmente ter atingido a maturidade da sua podridão!
"Quando morrer quero ser recordado por aquele momento de orgasmo artístico em que escrevi Puxa!, Que Cheira Mesmo Mal! [1999] conseguindo sempre manter numa sintonia olfactiva e sonoro de peidos cuja sensibilidade jamais almejarei outra vez, assim penso!" - Bernardo Galvão Lucas
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