Sunday, May 20, 2007

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De quando em vez reflicto sobre coisas sobre as quais geralmente não se reflecte. Acontece-me, numa determinada altura, duvidar da existência concreta duma palavra e da sua fonética, e começar depois a soletrar a palavra, numa tentativa de acordar a parte do meu cérebro que está dormente, ou começo a olhar fixa e atentamente a cara de pessoas com quem estou todos os dias e reparo em pormenores que, olhados isoladamente do conjunto, alteram a imagem que tenho da cara dessas pessoas, ao ponto de não as reconhecer.
Desta vez o objecto da minha reflexão é uma expressão usada, não direi por toda a gente, mas por 90% da gente da minha idade. Comummente comparamos situações, objectos ou pessoas com o órgão reprodutor masculino, o pénis. Apenas o dizemos de uma maneira menos técnica. A minha opinião sobre isto é a de que, apesar de ser um dos utilizadores desta gramática, é errado porque o pénis não é alto, nem gordo, nem rico, nem ‘boa’, nem tem cavalos, nem é caro, nem é frio, nem é um bom prato, nem está doente. Outra imprecisão que cometemos é a de achar que o pénis é possuidor de alguns atributos, pessoas ou objectos, dos quais na realidade não é; seja, por exemplo de paneleiros, de calor, dum urso, dum motor dum carro ou duns cornos. Assim, dizer ‘Tá frio cmó caralho!’ ou ‘És um urso do caralho!’ , são duas afirmações, na minha opinião, injustas pois o pénis até é quentinho e as posses do pénis só a ele dizem respeito.

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