Friday, September 29, 2006

um post europano

Porque é que eu me sinto europano? Porque escrevo, ou tento, num blog com esse nome; porque tenho métodos de trabalho; porque não cuspo para o chão (a não ser quando vou ao grego); porque vou fazer Erasmus em Amesterdão, porque gosto de ler. Porque sei inglês. Porque não acho que quando chove a culpa é do Governo.


E tuga? Porque adoro bola, ver e jogar… Porque apanho grandes bebedeiras (ainda ontem foi mais outra); porque adoro praia e não suporto visitinhas ao parque; porque estou a ouvir Xutos… porque continuo a achar que o bom é encher o bandulho até não poder mais, seja com o que for (de preferência atum), porque odeio nouvelle cuisine. Porque acho que o Mourinho é o maior e que virá um dia treinar a selecção nacional qual D. Sebastião em cavalo branco. Porque odeio filmes dobrados, não há nada como as legendas (a melhor qualidade do nosso país! Legendar os filmes!). Porque não há nada como Portugal!

Bernardo S Galvao Lucas, 20 anos e mais qualquer coisa, a comemoraçao de um granda Sanhor!

Passava o ano de 1985 na localidade costeira de cascais, então ainda separada de Lisboa por campos de abóbora e batatas e melões e pomares de dióspiros, que tanta fama davam à região. Numa maternidade esquiva e fria da Rua Torta nascia esse menino bonito, de mãos, braços e olhos já bem abertos, emanando a sapiência de 100 anos. Bernardo Galvão Lucas desde cedo fez juz a seu nome, tanto em peidos que soltava como em poemas que proclamava. Quem não se lembra do famoso Peido Numa Enseada do Tejo, obra-prima da flatulência pos-moderna do raiar dos anos 90, ou quem não se recordará também de Castelo de Cartas, um pequeno segredo lírico à espera da edição, uma obra-maestra da poesia visceral, um grito de rebelia, uma inconformação em jeito de rima.

Entre 1985 e 2005, Bernardo vive intermitentemente entre Cascais e Lisboa. Este constante ir e vir de Lucas entre as suas duas terras-mãe acabará por moldar tanto a sua vida pessoal como a sua vida artística. Se a grande maioria dos poemas são escritos por Bernardo na sua residência em Cascais, já a maior parte dos seus peidos são soltos em Lisboa, tanto em passeios noctívagos de destino e sobriedade incertos, como em sonos profundos que dorme no número 40 da Rua do Olival. Ocasiões houve em que os seus peidos perderam o encanto e o fulgor que a expontaneadade lhes conferia. Em momento algum, porém, perdeu Bernardo a coragem de se peidar da forma que o seu génio artístico melhor produzia, mesmo quando a crítica se ouvia dolorosa em graciosos elogios ao carácter refrescante das bufas de Galvão Lucas.

Festejamos hoje os vinte anos e qualquer coisa de uma lenda que - Deus nos deu graças - está viva! E se é verdade que Cacais mudou um pouco depois de que Bernardo nasceu, Lisboa concerteza jamais cheirará ao mesmo agora que os intestinos de Bernardo parecem finalmente ter atingido a maturidade da sua podridão!

"Quando morrer quero ser recordado por aquele momento de orgasmo artístico em que escrevi Puxa!, Que Cheira Mesmo Mal! [1999] conseguindo sempre manter numa sintonia olfactiva e sonoro de peidos cuja sensibilidade jamais almejarei outra vez, assim penso!" - Bernardo Galvão Lucas

Wednesday, September 27, 2006

Corrijo: É sempre bom comer a papinha!

Eram Zoaira e Imena quem disputava Randulfo, ao mesmo tempo que engraçavam o moleiro, trauteando suas cantigas brejeiras em jeito meneador de amores, mas provocador. Só assim era por saber o destempero que destolhava em Randulfo com tais proclamações. Randulfo não esquecia, porém, o trabalho que lhe destinara o cónego. Faria as vezes de copista na crónica que o benfeitor escrevia, narrativa das conquistas d'el-rei Alfonso sobre os sarracenos nas zonas do Tejo.

A difícil escolha que (não) lhe cabia no coração adida a propósitos que à sensação, e apenas sensação ou não tivesse ele tratado de manter o devido secretismo, de outros nada de bom auguravam, privavam-no da totalidade da sua concentração no exercer dos serviços a que se prestava, nomeadamente os de copista. Pesava, portanto, no cónego, a desconfiança de tais propósitos e urgia que descobrisse o que abordavam. Não só pelos serviços em si, legado que tencionava deixar a quem o quisesse, mas pelo rumo que temia levar a vida do pobre homem.
Numa soalheira tarde em que ambos laboravam na dita crónica e as mulheres faziam a lida, uma pedra trespassa a linha de olhar que mantinham entre os dois, sentados à mesa da copa. O cónego levantou-se de um pulo. Randulfo se manteve impávido. Como que esperando. Daí a pouco gargarejou num berro de desespero a voz do moleiro, sonindo aprisionada na garganta, obstruída por uma maleita que se afigurava desgraça. O cónego entendeu por fim a passividade de Randulfo perante tão súbito incidente e, lúgubre, olhando pela janela, viu o moleiro, tombando, fenecer.

Monday, September 25, 2006

Levanta-te e Anda!!!, ou O Caminho para Toninho

Há uns dias que foram dois levantei-me da cama e peguei em minha canadiana para caminhar como sempre fizera desde o passado dia 15 de Agosto. Ao cabo de alguns passos dei conta que não mais precisava de minha mula para andar, pois que a minha perna havia finalmente ressuscitado de seu profundo coma. E como que festejando me sentei ao computador para escrever um post ao que adormeci. Dois dias depois acordei e assim me encontro agora escrevendo o resto do post que em modo de comemoração devo à minha filha pródiga.

Porém pouco mais resta que se diga acerca da minha perna pelo que opto por contar-vos a história de Anita e sua avó. Ou talvez opte também por esquivar-me a esse assunto e assim me decida por abordar as questões que mais interessam aos pequenos que agoram regressam às aulas em Viena do Castelo.

Viena é bastante agradável, mesmo em tempo de aulas, acima de tudo porque ninguém dá muito por estas. É que além de começarem tarde (as minhas aulas vienettas começam apenas no dia três de Outubro), as aulas espreguiçam-se em horários que não lembram o careca e que são mais levezinhos que um judeu no final da Segunda Guerra Mundial. Antes que a Guerra termine aproveito este final de férias para desperdiçar o tempo de que ainda disponho no Oktoberfest, que é uma cidade catita aqui ao lado numa ponta esquiva da Eslováquia, e em Bratislava, que mais não é senão um grandioso festival de água com gás e sabor pêssego bem no centro de Munique.
Mas começo pelo fim.

Tudo começou qunado cheguei o que é fantástico e extremamente inovador!
Depois foi assim:
Estavam cinco macacos no meu quarto quando cá cheguei. Um deles era mesmo macaco os outros nem tanto foi só uma força de expressão. E as coisas assim permaneceram, num vendaval de pessoal muito porreiro e mais ou menos macaco sempre a entrar e a sair do meu 319 do 23-25 da rua Kenyongasse bem pertinho da Banha do Oeste. Com o passar do tempo (uma semana) comecei a deixar os macacos de fora e dar-me apenas com a malta porreira o que é bestial! Espanhóis, franceses, americans, são os mais impecáveis, mas também há por aí italianos e belgas muito afáveis.
A minha vida em Erasmus tem-se reservado sobretudo para a noite mas ainda assim os dias têm-se passado simpaticamente aterefados, entre aulas de alemão, burocracias típicas de erasmus e passeios guiados pelo próprio gabinete de Erasmus da WU, que têm um não-sei-quê de muito festivo e bebedeira e um não-sei-nada de enfadonho: é verdade, a própria universidade patrocina as férias, as viagens à neve e ao oktoberfest, as saídas à noite e a possibilidade de aí poupar dinheiro bebendo muito. O que é extraordinário - são coisas que se ganham quando tu estás a estudar em Erasmus!
Viena em ci como sidade, tem muito de frio, germânico e imperial mas afinal não tem nada a ver com Alemanha nem com o leste europeu, ou tendo é muito mais do que isso. Há um charme bem visível e uma sensibilidade bastante mais europeia que aquilo que vemos e sentimos mais para o leste. A cidade tem vida em todos os aspectos e não apenas como metrópole. É uma cidade alegre e cosmopolita. Mais tarde debruçar-me-ei com maior afinco sobre este assunto ou talvez não me debruce mas o que interessa é que agora não me debruçarei mesmo...

O que a vós vos interessa saber é que Viena do Castelo é uma espectáculo quer para o roteiro nocturmo quer para o roteiro diurno e que muito prazer me darão aqueles que meus amigos forem e me visitar quiserem!

Um grande xi-coração ou um afagar do cucuruto, que também pode ser muitissimo agradável quando estás com os amigos de que mais gostas não?!

A champions

UEFA Fantasy Football:


Guarda-redes: Toldo
Defesas: Ashley Cole, Puyol, Philip Lahm, Miguel Veloso
Médios: Kaká, Quaresma, Anderson e Ballack
Avançados: Eto'o e Lucas Podolski

Se não fosse para ganhar, não estaria aqui.

PS: preciso do código do liga do Franco. Se alguém o tiver que me diga qualquer coisa no MSN

Porquê?

a proibição da venda de peixe a particulares na lota de Esposende? Sabendo que os pesacores vivem mal e que o peixe é vendido a um preço DEZ vezes maior pelos revendedores, porqe não deixar o mercado funcionar? Ganhava o consumidor e o pescador, que teria bastante margem de negociação... Além disso, se esta norma só existe na lota de Esposende, é bem provável que os mesmos pescadores comecem a ir vender para as outras lotas... Não percebo mesmo.

Wednesday, September 20, 2006

Notícias de Barcelona

Olá amigos! Antes de mais quero dizer que está tudo bem e que estou vivo, depois quero agradecer ao Guilas por ter criado este espaço e agora vou contar-vos as primeiras impressões de Barcelona.
Para quem não sabe cheguei dia 15, sexta feira, só com a Teresa, a Pira e o Sampaio só se juntaram a nós no Domingo. A chegada não podia ter corrido melhor, só boas surpresas: a casa é um espectáculo, tem tudo o que é preciso, esta bem situada e depois tem uns luxos que nos fazem sentir bosses, como piscina e um jardim enorme onde estamos a pensar organizar uns convivios. Em principio o primeiro tomará lugar já hoje à tarde(é que está um calor abrasador) com os erasmus que conhecemos ontem à noite, no primeiro encontro de erasmus, mas já lá vamos..
Nos primeiros dias andei a passear a pé com a Teresa por Barcelona, e apenas a pé. Fartámo-nos de andar, tipo inter-rail. A cidade é um espectáculo. Tem vida. Está sempre a acontecer qualquer coisa, do género artistas nas ruas (desde caricaturistas, a homens estatuas, musicos, vendedores de artesanatos tipo objectos feitos de latas, todo tipo de variedades) e depois exposiçoes e vendas. E eles estão cá, parece-me, por uma razão: estão sempre pessoas nas ruas.É um ciclo interessante: vem pessoas porque a cidade é bonita e há muita animação, os artistas suponho que venham porque há muitas pessoas nas ruas..enquanto tudo ficar na mesma acho que Barcelona não há de perder a sua magia.. Nada a ver com Lisboa, mesmo! E um vai vem interminavel de pessoas de todos os tipos. Barcelona tem energia, dinamica, vida. Cá as pessoas fazem muito mais a vida delas na rua, e menos em casa.
A cidade é também espectacular, como poderão testemunhar os que por cá passarem... Pontos de referência como Sagrada Familia, las ramblas, passeio de la gracia, parq guel, os edificios de Gaudi, mas o que gostei mais até agora foram mesmo as ruas apertadas do Bairro Gótico. Ainda há muito para ver e fazer a nivel de "turista", mas tenho tempo, por enquanto.
Nas primeiras noites andei com a Teresa aqui numas marinas a 5 minutos de casa, montes de bares com muita animação onde tem arrastam da porta até ao bar para te oferecerem uma bebida, na esperança que lá fiques a gastar dinheiro. Vocês conhecem-me...prefiro os brindes, e andava de bar em bar a sacar brindes.
Também temos um Casino aqui ao pé, onde tenho evitado entrar. Estamos numa zona sossegada mas muito perto da animação e de uma estação de metro.Da plaza Catalunia são uns 4o minutos a andar, mas estou a pensar comprar uma bicicleta velha num site que me recomendaram.
Já fui pela primeira vez à faculdade com a Pira, onde almoçãmos com uns espanjois de uma associaco de estudantes a quem pedimos umas dicas..eram porreiros e ajudaram-nos bastante visto que estavamos mesmo a nora.A faculdade É longe que doi, sobretudo se pensar que a faculdade do Sampaio e da teresa é a 4 minutos a pé... Para nós é so uma horinha..Mas não é o fim do mundo.Agora só lá tenho de voltar dia 27, até lá vou fazer o que fiz ontem: mitrar me para os programas erasmus da outra faculdade, a Pompeu Fabra.
Ontem à noite fomos ao primeiro encontro de erasmus: Tapas night. Foi muito bom! Conhecemos e tivémos conversas com alemães, holandeses, italianos, belgas, espanhois, croatas, um chines e claro TUGAS. Aqui há muitos tugas, tantos que o melhor talvez seja evitá-los porque acho que o mais interessante é conhecer pessoas de outras culturas. Ainda assim eram todos uns bacanos. A noite comecou com litrosas num quiosque, passou por um "bar aberto" de vinho tinto (razoavel) e branco( quente e horrivel) e de tapas num restaurante, e acabou na praia. Fomos para lá conversar enquanto um dos convivas, o Flo, tocava viola e entoava musicas bem nossas conhecidas. Foi muito bom e estou ansioso por mais. Toda a gente está cá pelo mesmo motivo, fiesta e conhecer gente de todo o mundo, o que facilita as coisas.
Bem é tudo, o texto já deve estar grande e enfadonho. Um abraço a todos, espero que esteja tudo bem por aí e vão dando noticias que eu farei o mesmo!

Gordon

Pois é... Os efeitos do Gordon vão sentir-se em Caxias, dando mais vida a esta aprazível localidade! Já a partir de Sexta-Feira, vamos ter este raro pico a funcionar o fim de semana inteiro! Mas nem tudo são rosas... Vai chover alarvemente o resto da semana.

Parabéns Pedrinho! Não te esqueças de levar o casaco para a rua porque agora em Setembro o tempo arrefece! Por volta desta hora deves estar a ressacar enquanto eu me preparo para ir para as aulinhas. São as diferenças entre a vida de Erasmus e a normal não é verdade? Já tou com saudades tuas pá! Das "babadeiras" na Figueira da Foz e daquela pita que tu tão senhorialmente passaste a semana a desprezar por causa duma outra mulher. Grande abraço! O Gonçalo da Figueira também te manda um abraço!

PS: é estranho o meu nome de usuário ser Pedro Nerd quando na realidade tu é que és o Pedro Nerd. Eu nem me chamo Pedro... Aproveito também para deixar um abraço ao espanhol Miguel Costa, com quem ainda não falei.

Tuesday, September 19, 2006

X

Eis que recomeçam. Esta altura é sempre complicada para toda a gente exceptuando, claro, quem está em Erasmus. Começa em Agosto com uma avestruz idiota com livros às costas (como se fosse possível!), altura em que ninguém está a pensar em nada que tenha a ver com escola. Os ávidos directores de marketing dos supermercados pensam. Depois vêm as inscrições na universidade, que são sempre facílimas e Não demoram duas horas agrafados ao computador.

Esta introdução tem como propósito introduzir (cá está) uma brevíssima indignação.

Chega um indivíduo, a que vamos chamar X, com esforço à faculdade, cansado, ao meio-dia, depois de ter estado a trabalhar na noite anterior, para constatar que não está inscrito nos turnos de uma das cadeiras, apesar de no seu site privado da internet estar claramente visivel que de facto está. Depois desta constatação, X constata também que a matéria que essa mesma disciplina virá a abordar no semestre que acabara de começar é a mesma que já estudou nas outras três análises, deribado da reforma. Constatou posteriormente que tinha meias de cor diferente, o que foi a gota de água. X declarou a si mesmo que o dia 18 de Setembro era um mau dia.

Completa inutilidade