Saturday, February 24, 2007

Armindo

Já que falamos de comida proponho-me a partilhar um novo conceito de restaurante com o leitor.

Recentemente — hoje, precisando — fui jantar a um restaurante japonês. ‘O que tem de particular esse restaurante?’ perguntarão vocês. Não sei porque foi a único a que alguma vez fui.
É composto por várias mesas de duas pessoas, dispostas ao longo de uma parede, e por uma maioria de mesas semi-circundantes de uma chapa. Como em todos os restaurantes japoneses, servem sushi e outras variedades desse peixe cru (e isto é aqui é pura suposição!), mas a grande atracção é o que se faz nas chapas. Depois de se escolher de uma variedade de menus, que podem incluir lombo de vaca, peixe, legumes e gambas comparáveis em tamanho e suculência ao braço duma criança de apenas poucos meses, apresenta-se um chef japoinas, todo quitado com faixas à Ryu do Street Fighter e com uma cinta de meia dúzia de facas. Estranho é que o gajo só usa as facas três vezes. De resto, o menino maneja duas espátulas com as quais executa todo o tipo de acrobacias e até mete o pimenteiro, que é daqueles de madeira, e o saleiro à mistura, tudo com grande precisão.

A meio jantar e, bebericando a minha Sapporo, comecei a imaginar o que seria estar exactamente naquela mesa mas num ambiente totalmente diferente. Imaginava uma tasca com um balcão de mármore à entrada e com azulejos na parede coberta de fotografias do clube local e cachecóis dos grandes dos gloriosos anos 80. Na minha frente prostrar-se-ia um gajo gordo de bigode e palito, com um boné do glorioso, daqueles de pala recta, engomada e com uma camisa aberta a cobrir uma camisola branca de alças com três grandes nódoas do que seria provavelmente molho de um qualquer dos seus cozinhados.
Imaginei depois duas situações totalmente distintas:

- Uma primeira em que ele seria um desastrado no seu mester e, tentando impressionar os clientes tentaria as mesmas habilidades que havia visto do lado de fora de uma montra de um restaurante japonês. Não só não as conseguiria executar como ainda por cima atiraria o pimenteiro em direcção à cabeça da pessoa directamente à sua frente. Numa tentativa de evitar o pior lançar-se-ia em direcção a esta, queimando 90% da sua enorme barriga, a ponta dos seus peludos mamilos e a palma da mão na chapa, acabando por lesar gravemente a senhora.

- Na segunda, o senhor mantém o seu aspecto de verdadeiro tuga mas tem uma habilidade de mãos inacreditável e não falha nenhum dos seus espectaculares movimentos. Imaginei-o a fazer uma carne de porco à alentejana apenas com as duas espátulas e o uso esporádico de uma das suas facas, talvez para abrir as amêijoas. Até as batatas ele descascaria com as espátulas. Adicionando no fim os coentros com uma pirueta, estaria ali um prato tipicamente português com um toque pessoal dado pelo Armindo.

Dir-me-ão vocês ‘Mas isso é uma estupidez de todo o tamanho!’, ao que eu respondo ‘Estúpidos são vocês!’.

Wednesday, February 21, 2007

Usos alternativos para bens alimentares.

Tenho uma história para contar sobre um amigo meu. Ele não é muito dado à fama e por isso pediu-me que o seu nome não revelasse. O que ele não sabia é que eu sou má pessoa e que segredos não é comigo, por isso aqui vai: ele chama-se Teodoro!

O Teodoro mora na Lapa mas porta-se muito mal. Ele nunca quer comer a sopa que a mãe lhe dá e esta fica pensando que é porque não gosta, mal sabendo ela que, o que ele não gosta nas sopas dela, coincide exactamente com o que menos lhe agrada nas cervejas do dia antes. É que o Teodoro só não está de ressaca quando está bêbedo e por isso toda a espécie de comida, seja ela sopa, papa cerelac ou borrego assado no forno, lhe causa alguma repulsa na hora em que a deve comer.
E assim Teodoro é magro, cara larga a compensar ser o facto de ser chupada, toda ela bem marcada por barba abundante, mantida rigorosamente nos flutuantes 2 a 3 dias de maturação. Além de magro o Teodoro é alto e confessou-me ter a perna direita maior que o braço esquerdo e a nádega esquerda maior que a direita, pois que apenas a primeira tem incrustado um furúnculo peludo de proporções testiculares. Teodoro é um jovem bastante expressivo, muito por causa da sua face extremamente flexível e das suas longas e ossudas mãos verdes, tantas que são as veias que as alimentam. Teodoro tem as mãos tão grandes que se vangloria pomposo de ser o único homem em Portugal a conseguir empilhar 6 cachorros numa só mão (já lá vai o tempo das bolas de ténis!), proeza que com alguma regularidade gosta de executar. O seu cabelo é muito escuro. Não sei se é oleoso ou não, pelo menos não aparenta e festinhas nunca lhe fiz. O que importa é que se lhe caísse um cachorro cheio de mayonese em cima com certeza ficaria muitíssimo oleoso.

O Teodoro é amigo de um outro amigo meu cujo nome também não revelarei. É o Jarge! Este Jarge conduz que nem um campeão e por isso mesmo possui um velocíssimo Daihatsu Cuore preto.

Teodoro das mãos grandes estava empilhando cachorros numa das suas mãos, congratulando-se a si mesmo, quando Jarge passa veloz! E foi um momento mágico o que se seguiu: Teodoro entra no carro e abre a janela toda, não para arfar que nem um cão, mas para mostrar a todo o mundo como ele é fantástico empilhando cachorros, mesmo com o carro em movimento. Porém, nem todos se interessam por esta arte e transeuntes houve que o apuparam com violência. A cada um deles Teodoro espetou-lhes com um cachorro nas trombas repleto de mayonese e ketchup e mostarda e alface e batatas e salsichas e:
- Blargh!
Divertiram-se como nunca Teodoro e Jarge e passaram a fazê-lo com grande regularidade!

Este ano são lançadas no mercado as Salsichas Teodoro para competir com as Isidoro, no ano que vem serão cachorros que os esquiadores de fundo transportarão às costas nos Jogos Olímpicos de Inverno, em vez de espingardas.

Tuesday, February 20, 2007

A diferença entre um KitKat e uma laranja! (Pois e! Eles sao mesmo diferentes!)

Há várias pessoas que julgam de forma errada o papel das laranjas neste mundo.
As laranjas, ao contrário do que se possa supor, não devem ser confundidas com barras de chocolate Snickers. Elas não estão capacitadas dos atributos que fazem dos chocolates, barras de cereais e derivados, tão eficazes nos momentos em que os consumimos. Assim as laranjas não devem ser consumidas em alternativa aos produtos que acabei de enumerar.
E isso inclui não as comer nas salas de aula, autocarros, metro ou qualquer outro local público, quando a fome começa a apertar!
Porque se comermos um Kinder Bueno numa sala de aula não esguichamos vitamina C para o caderno dos nossos colegas, não o enojamos com o escorregar dos caroços pelo queixo, nem os incomodamos com cheiros ácidos que levam 500 anos até serem totalmente absorvidos pela natureza.

Não é a mesma coisa!

Comer uma barrinha Kellogs Special K de Morango faz barulho, é certo. Mas isso constitui uma externalidade negativa meramente passageira que dura no máximo 30 segundos (o tempo de a retirar do seu envólucro plastificado). Já comer uma laranja deixa um cheiro insuportável que nos persegue até ao final da aula. Se as laranjas cheirassem a flores primaveris japonesas, o problema residiria então, apenas na nojeira que encerra o acto de esventrar as laranjas com o dedo, para posteriormente as descascar. Mas o cheiro da laranja faz lembrar o dos sacos do lixo. É ambíguo! Cheira bem mas lembra merda! Por isso é nojento!

Os meus leitores com certeza já se deram conta, que nos supermercados as laranjas não se encontram ao lado das bolachas ou dos chocolates. Nem tão pouco se vendem laranjas junto às caixas de pagamento, mesmo ao lado das pastilhas elásticas. Nem mesmo se vendem laranjas em quiosques. Elas têm outro objectivo que não o do snack e por isso não são vendidas como snacks nem nos locais dos snacks!

Um snack é uma coisa ligeira, tão simples quando possível de se comer e que não deixa vestígios! As laranjas serão mais ou menos o oposto! Assim como os Kiwis...

Monday, February 05, 2007

Friday, February 02, 2007

NAO

Este post representa unicamente a minha opinião, que os restantes e meus ilustríssimos compinchas podem ou não partilhar.

O referendo do aborto resume-se a decidir se será permitido por lei matar uma pessoa (ser humano, se acharem que não é pessoa só porque não fala) só porque eh pah, agora não dá muito jeito e não me apetece muito.

Caso Prático:
Pedro Castro Coise está mastigando de boca aberta e de relance sua cara lembrou a de um boi invulgarmente feio.
g, deveras incomodado, sem contemplações, arrancou a cabeça de seu compincha com uma enorme pinça e a deitou para um igualmente enorme caixote de lixo.

Explicar.me.á quem conseguir, que diferença fará para quem votar sim, matar uma criança de 10 semanas, de 10,01 semanas ou 10 anos. Está provado que é vida. Todas as razões, psicológicas ou físicas, que levariam uma mulher a querer fazer aborto estão já contempladas na lei, pelo que 'aborto' só porque agora não dá muito jeito mais umas fraldas e uns biberons, é infanticídio!

Outro ponto pertinente, é que as razões alegadas por quem vota SIM são puras ilusões. Senão vejamos:

- O estado não tem dinheiro para pagar abortos a esta malta toda que, de repente, vai emergir.
- Os médicos não vão dar prioridade às 'pobres' mães que 'têm' que fazer aborto, e o aborto não é propriamente uma coisa que dê para adiar. Conclusão, vai recorrer às clínicas privadas quem tiver dinheiro. Quem não tiver, recorre aos velhos abortos, num sitio 'todo badalhoco', como diria RAP.
- Finalmente, não há mulheres detidas por aborto em Portugal.

O que se tem que fazer é providenciar soluções alternativas que passem por apoio psicológico ou, em último caso, facilidades nos processos de adopção.